O combate ao tráfico de drogas, seja o realizado por grandes fornecedores ou em pequenos comércios em bairros das cidades, resultou na apreensão de aproximadamente 1,3 toneladas de substâncias ilícitas pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Judiciária Civil, no ano de 2019.
Durante o ano, a delegacia contabilizou 402 prisões, sendo 168 autos de prisão em flagrante lavrados, 801 inquéritos instaurados e 925 concluídos, 277 mandados de busca e apreensão cumpridos, além da apreensão de 95 veículos, 41 armas de fogo e de R$ 177.337,60 em dinheiro.
Para alcançar o resultado, a metodologia de trabalho para repressão à venda de entorpecentes tem duas vertentes principais, dentre elas, o combate ao tráfico interestadual e de grandes carregamentos drogas, praticados por associações criminosas especializadas no fornecimento e distribuição de entorpecentes.
Esse combate é realizado por meio de investigações avançadas, que exigem planejamento, fortalecimento da inteligência policial e trabalho integrado. Em uma das ações, realizadas no mês de março, quatro homens foram presos na BR-364 com um carregamento de mais de 100 quilos de maconha. A droga vinha do Estado de Mato Grosso do Sul para ser distribuída na região metropolitana de Cuiabá.
Em agosto, uma grande quantidade de droga, munições, bloqueadores de sinais, dinheiro e outros produtos provenientes de atividades criminosas foram apreendidos pela DRE, com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em uma residência, localizada no bairro Jardim das Oliveiras, em Várzea Grande.
Outro alvo da especializada é o combate ao tráfico doméstico ou “formiguinha”, que tem como característica a venda de drogas em pequenas quantidades, realizada em bairros das cidades, identificada através das investigações de rotina e denúncias anônimas, e reprimida por meio de ações diárias e cumprimento de mandados de busca e apreensão domiciliar.
Segundo o delegado titular da DRE, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, os trabalhos visam a repressão da venda de diferentes tipos de entorpecentes, como maconha, cocaína, drogas sintéticas (ecstasy) e anabolizantes.
“Ao longo do ano, foi realizada a apreensão de 1,1 toneladas de maconha, 200 quilos de cocaína e de 550 comprimidos de ecstasy. Normalmente a maconha vem do Paraguai, a cocaína da Bolívia e as drogas sintéticas de grandes centros para distribuição em festas raves”, disse o delegado.
Em relação às drogas sintéticas, no mês de julho, uma moça e dois rapazes foram presos em flagrante com 115 comprimidos de ecstasy e em outubro, outro traficante foi flagrado com 60 unidades da droga, além de outras substâncias entorpecentes, dinheiro e duas notas falsas.
O delegado destacou ainda que em 2020, outro foco da delegacia será a realização de trabalhos para combater o crime de lavagem de dinheiro, visando a descapitalização das organizações criminosas.
“Com uma filosofia de integração com outras Delegacias e outros órgãos, e de fortalecimento da inteligência policial, temos o objetivo de aumentar o número de operações/prisões, bem como apreender maior quantidade de drogas no ano de 2020”, destacou.
Principais operações
As operações com objetivo de desarticular associações criminosas atuantes com o tráfico foi outro ponto de destaque da especializada. Na operação Deliveryman realizada em dezembro, a DRE desarticulou um grupo criminoso especializado na venda de entorpecentes na modalidade “Disque entrega” que atuava em diversos pontos da região metropolitana. As investigações resultaram em 24 ordens judiciais cumpridas em Cuiabá e Várzea Grande, sendo oito de prisão e 16 de busca e apreensão.
Segundo as investigações, a venda do entorpecente era realizada por cartão de crédito, tendo como público-alvo pessoas de alto poder aquisitivo, servidores públicos e jovens de classe média-alta. As entregas eram realizadas nos arredores de escolas, faculdades, bairros de classe média-alta, condomínios de luxo, Centro Político Administrativo, motéis, restaurantes, entre outros locais
Com base nas investigações da DRE, também foi solicitado o bloqueio das contas bancárias dos suspeitos, totalizando R$ 50 mil apreendidos, além da apreensão de R$ 3 mil em dinheiro durante as buscas e de aproximadamente R$ 10 mil durante o período da investigação.
Na operação “Cleanup” também deflagrada no mês de dezembro, foram cumpridas 56 ordens judiciais, sendo 23 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, com objetivo de combater a ação de traficantes que atuam principalmente no município. Entre os alvos, estava um vereador da cidade..
O trabalho investigativo durou cerca de 70 dias e permitiu identificar diversas pessoas associadas para o tráfico, sendo realizadas as prisões em flagrante de 6 pessoas e apreensão de grande quantidade de drogas em posse dos presos.
Vitor Hugo revelou ainda que o apoio da sociedade, do Poder Judiciário e do Ministério Público são fundamentais para o bom desenvolvimento das ações da de combate ao comércio de entorpecentes “São grandes parceiros na repressão ao tráfico de drogas, a população através das denúncias e o MP e o Judiciário com a agilidade na manifestação e expedição de mandados de busca e prisão”, concluiu.
Integração
Diversas ações e operações da Delegacia de Entorpecentes foram realizadas em conjunto com outras unidades como a Gerência de Operações Especiais (GOE), que dá apoio no cumprimento de mandados, Delegacia Especializada de Fronteira (Defron), com troca de informações de inteligência, Delegacia Especializada do Consumidor (Decon), em operações de combate ao tráfico de anabolizantes, Centro Integrado de Operações Aéreas, apoio operacional, Polícia Rodoviária Federal, com troca de informações e apoio operacional, Polícia Militar (PM), com troca de informações e operações integradas, Sistema Prisional, inibindo a entrada de drogas nos presídios, e Prefeitura de Cuiabá, através da Vigilância Sanitária Municipal, Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e Secretaria de Ordem Pública.
Campanha Solidária
Além do combate ao tráfico de drogas, a equipe da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) também participa voluntariamente da companha de doação de sangue do MT-Hemocentro, contribuindo para o estoque de bolsas sanguíneas da instituição. A companha que incentiva a doação de sangue visa abastecer o estoque de bolsas do MT-Hemocentro para o período de festividades do carnaval e final de ano. Os policiais da DRE já contribuíram três vezes para campanha, sendo duas delas em 2019, nos meses de fevereiro e novembro.
“Como policiais, protegemos e servimos à sociedade. Então, esta é uma forma de literalmente ‘dar o sangue’ em prol da sociedade mato-grossense, com o objetivo de chamar atenção de outros órgãos, não somente da Segurança Pública, mas de todos os setores, da importância da doação de sangue e da dificuldade que se tem em conseguir doadores”, disse o titular da especializada.
Fonte Governo do Estado