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Apreciado pela culinária africana, fubá brasileiro ganha espaço com exportações em sacas

Quando falamos em exportações de commodities agrícolas brasileiras que são exportadas, logo pensamos em soja ou milho em grão, carnes, açúcar ou café. Outros produtos também são importantes para a nossa economia, como laranja e demais frutas. No entanto, desde o ano passado, um produto inusitado tem ganhado espaço nos portos por causa de um traço cultural compartilhado por nações africanas e o Brasil.

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

O fubá, que é uma espécie de farinha fina feita com milho, é muito apreciada na nossa culinária para fazer bora, bolo e o tradicional angu.

Nesta semana, um lote de 6.180 toneladas foi embarcado no Porto de Paranaguá. Ao todo, são 247.200 sacas de 25 quilos cada, todas com destino ao Porto de Matadi, na  República Democrática do Congo. Esta é apenas a segunda operação de embarque da farinha de milho nessa modalidade, conhecida como break bulk ou carga geral.

“O Porto de Paranaguá é reconhecido pela qualidade dos operadores e da mão de obra que trabalham com o segmento de carga geral, em que a mercadoria é transportada solta ou em fardos, direto no porão de navio”, destaca o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Segundo ele, produtos alimentícios como o fubá geralmente são exportados em contêineres por Paranaguá. “Por isso, chama a atenção quando o embarque é realizado nessa outra modalidade. No ano passado, no final de março, fizemos o primeiro embarque de fubá e, pelo jeito, abriu-se um novo mercado”, completa Garcia.

O angu, por exemplo, é uma palavra de origem africana que significa um prato feito de papa de inhame. Mas, com a chegada dos portugueses ao Congo, a palavra angu passou a ser usada no brasil para papas feitas de farinha de mandioca ou milho, geralmente acompanhadas por miúdos de carne de vaca ou porco.

No Congo, o prato tradicional também é conhecido como fufu e tem praticamente o mesmo preparo.

Fubá: das lavouras do Brasil para as mesas no Congo

A empresa responsável pelo carregamento no Porto de Paranaguá é a Marcon. De acordo com o diretor comercial, Patrick Ferreira Tavares, o fubá embarcado veio de Rio Verde (Goiás) e Apucarana (Paraná).

“A operação anterior, em 2020, abriu mercado não apenas para o fubá na modalidade break bulk, como também para o embarque de outros produtos alimentícios que geralmente são exportados em contêineres, como feijão em saca, por exemplo, sobre o qual já fomos consultados”, disse Tavares.

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Segundo ele, os efeitos da pandemia no preço dos fretes em contêineres para o embarque desses alimentos é o que tem feito alguns exportadores migrarem para o embarque direto no porão do navio. “A modalidade movimenta uma infraestrutura enorme na cidade e gera mais empregos e renda, pois exige mais mão-de-obra”, explica o diretor.

Além do fubá, o navio Sun Aquamarine também levará 22.800 toneladas de açúcar – em 456.000 sacas de 50 quilos cada. O produto tem origem no Estado de São Paulo e vai para o mesmo importador africano.

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

“Seguimos exportando o fubá e outros produtos alimentícios, em sacas, nos contêineres. No caso da farinha de milho, é um produto que movimenta todos os meses, o ano todo”, afirma Patrick.

Por Canal Rural

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