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Prejuízo: agricultores destroem áreas de soja comprometidas pela chuva em MT

O talhão estava bonito e com uma produtividade esperada de 70 sacas por hectare em média. No entanto, as chuvas frustraram as expectativas na fazenda do André Hoffmann, em Santa Carmem, médio-norte de Mato Grosso. Quase uma semana depois de ficar pronta para a colheita, a lavoura sentiu o excesso de umidade e o agricultor viu que não adiantaria mais insistir em esperar o tempo abrir.

“Vínhamos numa semana muito complicada, já vinha dando umidade muito alta. Não tinha grãos avariados, mas na segunda semana já começou o avariado e não conseguimos mais tirar a soja do campo. Depois que a soja ficou pronta, deu 5 dias de chuva e ela brotou. Algumas variedades apodreceram e então não teve jeito. Tivemos que plantar milho por cima”, relata o agricultor.

Ao todo 280 hectares de soja foram destruídos. Mais de 10% da área total cultivada na fazenda. “Esse prejuízo é incalculável, não fizemos ainda as contas do tamanho do prejuízo”, conta Hoffmann.

Foto: André Hoffmann

Outras propriedades no médio-norte de Mato Grosso também enfrentam o mesmo problema, segundo o agricultor Antônio Galvan, que é vice-presidente da Aprosoja Brasil. A qualidade da produção em saído do campo é outro grande motivo de preocupação. São vários os registros de áreas com soja germinando nas vagens, grãos avariados, mofados, ardidos. Isso significa descontos e prejuízos na hora de entrega e aumenta a incerteza quanto ao desfecho desta safra, já que ainda tem muita soja para colher.

Até a última sexta-feira, pouco mais de 67% da área total cultivada em Mato Grosso estavam colhidos, segundo o Imea. O ritmo segue abaixo do registrado nesta mesma época do ano passado, quando as máquinas já tinham avançado sobre mais de 91% das plantações, e também permanece inferior à média histórica para o período, que passa de 80%.

Esta lentidão também atrapalha o cultivo da segunda safra de milho, que segue atrasado: chegou a 73% da área prevista. Há um ano, quase 98% dos milharais estavam cultivados. A média das últimas cinco safras para o período é de 91%.

 

Por Canal Rural

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