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Missão do FIP Paisagens Rurais faz visita de campo em propriedades de Minas Gerais

Foi no campo que a equipe de gestão do projeto FIP Paisagens Rurais teve a primeira Missão de Supervisão do ano. Realizado ao longo da semana de 30 de maio a 3 de junho, o encontro começou com uma visita de campo em propriedades rurais de Minas Gerais e seguiu com reuniões presenciais em Brasília para discutir a Revisão de Meio Termo do projeto.

As missões de supervisão, que ocorrem duas vezes por ano, têm o objetivo de verificar os avanços do projeto, de revisar e avaliar o que já foi executado e planejar as próximas etapas. Após dois anos de restrições por causa da pandemia, a retomada das visitas de campo foi uma forma de reunir os parceiros. “É sempre uma oportunidade de ver a realidade pelos olhos do beneficiário do local”, destacou a especialista sênior em Meio Ambiente e uma das coordenadoras do FIP Paisagens Rurais pelo Banco Mundial, Bernadete Lange, acrescentando a importância das parcerias para o êxito das ações do projeto que objetiva mais do que bons resultados dentro de cada propriedade: “Esse projeto soma a discussão sobre meio ambiente e produção sustentável, buscando resultados além das porteiras das propriedades e integrando a paisagem, o que ainda é um grande desafio, mas também pode estabelecer novos padrões de produção rural para o Cerrado”.

O FIP Paisagens Rurais visa fortalecer a adoção de práticas de conservação e recuperação ambiental e práticas agrícolas de baixas emissões de carbono em bacias hidrográficas selecionadas em sete estados do bioma Cerrado. A visita de campo foi realizada na região da Bacia do Triângulo Mineiro, onde 2.061 propriedades são atendidas pelo projeto atualmente, totalizando uma área de 161.275 hectares. Somente no município de Campina Verde, onde ocorreu a visita, desde 2020, 272 propriedades rurais recebem ações do projeto por meio da assistência técnica oferecida por 13 técnicos e dois supervisores.

A diretora de Desenvolvimento Florestal do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Lizane Soares Ferreira, ressaltou a importância do contato direto com os produtores rurais para reforçar a relevância de produzir com conservação. “Agora, com a melhora da pandemia, estamos retomando as atividades de forma muito ativa, no intuito de levar essa assistência técnica para que o produtor possa cuidar da propriedade dele, da sua reserva legal e APP, e, também, para que ele possa identificar os seus passivos ambientais e fazer um bom trabalho com as várias alternativas e formas de recuperação que temos disponíveis”, esclareceu.

Do pequeno ao grande

A equipe teve a oportunidade de conhecer duas propriedades rurais no município de Campina Verde: uma pequena e outra grande. O sítio Senhor do Bonfim, do produtor rural Valter da Silva Freitas, integra um assentamento e tem uma área de pouco mais de 20 hectares, com atividade principal de bovinocultura de leite. Com 20 visitas já realizadas pelo técnico do Senar, Tarcísio Tomás, a propriedade soma 6,2 hectares com adoção de práticas de agricultura de baixa emissão de carbono (ABC).

Já a fazenda Campo Belo, do produtor Igar José Alves Júnior, tem mais de 770 hectares e conta com uma área de reserva legal de 138,47 hectares. Participando do projeto, o imóvel recebe assistência do técnico do Senar, Luiz Henrique, e soma 69 hectares com práticas ABC. “A gente consegue perceber que as tecnologias ABC não excluem nenhum tipo de produtor, independentemente do tamanho da propriedade. Além disso, é muito bom ver o fluxo do projeto funcionando, ou seja, desde a formulação de políticas públicas e fomento com diferentes parceiros institucionais, que é o nosso papel em Brasília, até o que vem acontecendo na prática no campo, com elo entre o técnico do Senar e o produtor rural trabalhando juntos”, declarou Sidney Medeiros, auditor Fiscal Federal Agropecuário, gestor do projeto pela Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação (SDI), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Para o coordenador-geral de Fomento e Inclusão Florestal do SFB, Fernando Castanheira Neto, ver a questão da escala foi interessante, além de perceber que o projeto está formando um conjunto de atores atentos à questão ambiental e da paisagem, verificando na prática ações de recuperação de pastagem e, também de proteção de vegetação nativa. “Na visita de campo, a gente viu que esses aspectos têm uma correlação direta com os impactos do projeto, e os produtores passam a ter uma visão mais estratégica da sua propriedade, com uma conscientização maior sobre a importância dos seus ativos ambientais, visando a melhoria e ganhos de produtividade também”.

Intervenções

Entre as principais intervenções realizadas nas propriedades visitadas pela equipe do FIP Paisagens Rurais estão a recuperação de pastagens degradadas, as melhorias no manejo dos animais, a regulação da taxa de lotação, plantio em nível e terraceamento. Além da disseminação de estratégias e técnicas que viabilizam alternativas para que o produtor diminua custos, em especial na produção de alimento para o rebanho, que é o caso da introdução da palma.

“As visitas são essenciais no processo de avaliação da implementação dos projetos em campo. As duas propriedades selecionadas mostraram duas realidades bastante diferentes, dois produtores com áreas de diferentes tamanhos, nível tecnológico, capacidade de investimento e experiências completamente distintas. Em ambos os casos pudemos perceber que é possível obter ganhos de produtividade, gerar renda e sustentabilidade que é o lema do Paisagens Rurais”, finalizou a coordenadora técnica do FIP Paisagens Rurais no Senar, Bárbara Evelyn Silva.

Brasília

Após a visita de campo, a Missão de Supervisão do projeto teve continuidade com uma programação de dois dias de reuniões, em Brasília. Na ocasião, representantes das instituições parceiras e implementadoras do projeto, como Embrapa Cerrados, Inpe e Embrapa Agricultura Digital, seguiram os ritos de avaliação. Os participantes analisaram avanços dos componentes, indicadores, monitoramento de salvaguardas e gestão financeira, discutindo as lições aprendidas e pactuando as necessidades para finalizar a Revisão de Meio Termo e o futuro das ações do FIP Paisagens Rurais.

Sobre o projeto

O Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado (FIP Paisagens Rurais) é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial. A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do Mapa; com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Senar, da Embrapa e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Informações à imprensa
imprensa@agro.gov.br

Fonte: Redação com Inf. gov.br
Crédito de imagem: COB

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