Queda nas exportações de soja
A AgResource prevê que as exportações de soja dos EUA podem cair de 1,865 bilhão para 1,5 bilhão de bushels se a disputa comercial entre os dois países não for resolvida. Durante a conferência GrainCom, em Genebra, o presidente da AgResource, Dan Basse, ressaltou que, apesar da redução das tarifas chinesas de 145% para 10%, as taxas ainda permanecem altas, o que impede que a soja norte-americana se torne competitiva no mercado chinês.
A China, que representa mais de 50% das exportações de soja dos EUA, continua sendo um mercado crucial para os agricultores norte-americanos. No entanto, a suspensão das tarifas chinesas não é suficiente para reverter a situação, já que o Brasil, maior fornecedor de soja para a China, possui uma colheita recorde e preços mais baixos.
Impacto nos preços da soja
Além da queda nas exportações, a falta de um acordo comercial pode pressionar os preços dos contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago. Segundo Basse, os preços podem cair de US$ 10,60 para US$ 9 por bushel. Caso um acordo comercial traga as tarifas de volta aos níveis anteriores, os preços da soja poderiam aumentar até US$ 13 por bushel.
Basse também alertou que o tempo está se esgotando para uma solução, afirmando que um acordo deve ser firmado até o final do verão para evitar um impacto negativo significativo na renda dos produtores norte-americanos.
Concorrência brasileira e o mercado chinês
O Brasil, por sua vez, tem se destacado como um grande fornecedor de soja para a China, beneficiado pela ausência de tarifas e uma colheita recorde. Estima-se que o país tenha 20 milhões de toneladas de soja para exportação já a partir de setembro deste ano, colocando os produtores brasileiros em uma posição vantajosa.
O Brasil atualmente responde por cerca de 70% das importações de soja da China, o que reforça a vantagem competitiva do país em relação aos EUA, especialmente com os preços mais baixos e a maior oferta.
Outros produtos agrícolas também podem ser afetados
Embora a soja seja a mais impactada pela disputa comercial, outras culturas como milho e trigo também podem sofrer com a instabilidade. A AgResource prevê que os preços do milho podem cair para US$ 3,70 por bushel, em comparação aos US$ 4,40 registrados na quarta-feira. Para o trigo, a queda pode ser ainda mais acentuada, com os preços passando de US$ 5,56 para US$ 4,90 por bushel.
A AgResource reforça a importância de um acordo entre os EUA e a China para evitar perdas consideráveis para o setor agrícola norte-americano. A competitividade do Brasil, aliado ao aumento da oferta e aos preços mais baixos, coloca os produtores dos EUA em desvantagem, com o risco de prejudicar a economia agrícola dos dois países caso a disputa comercial não seja resolvida em breve.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio