Agtechs brasileiras captam R$ 1 bilhão em investimentos em 2024, aponta estudo da Liga Ventures

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Um levantamento recente da Liga Ventures revela que, somente em 2024, as agtechs captaram cerca de R$ 1 bilhão em venture capital, consolidando o setor como um dos mais promissores da inovação no país. O estudo também detalha o perfil dessas startups, suas principais áreas de atuação e as tecnologias mais utilizadas para transformar o agronegócio.

Crescimento dos investimentos em agtechs

De acordo com o relatório da Liga Ventures, foram realizados 39 acordos de investimento em startups de agronegócio no Brasil durante 2024, totalizando cerca de R$ 1 bilhão em captações. Esse volume confirma a crescente atenção do mercado de venture capital para o setor, que tem mostrado forte resiliência mesmo diante da retração global dos investimentos nos últimos anos.

Perfil e categorias das startups de agronegócio

O estudo identificou 831 startups ativas no Brasil, que atuam em diferentes segmentos do agronegócio, com foco no aumento da produtividade e inovação para produtores e consumidores. Entre elas, 13,5% foram fundadas entre 2021 e abril de 2025.

As principais categorias das agtechs fundadas de 2020 a 2025 incluem:

  • Agricultura de baixo carbono (11%)
  • Biotecnologia (9%)
  • Serviços financeiros (9%)
  • Gestão e análise de plantio (8%)
  • Backoffice para agronegócios (7%)

No total, as agtechs estão distribuídas em 22 categorias, entre as quais se destacam biotecnologia (10%), gestão da pecuária (8%), nutrição de plantas (7%), máquinas e equipamentos (6%), proteínas alternativas (6%) e agricultura vertical (3%).

Adoção de tecnologias avançadas

O estudo destaca que 130 startups aplicam inteligência artificial em suas soluções, com foco em agricultura de precisão, automação da irrigação, monitoramento climático, predição de doenças e análise de dados. Segundo Daniel Grossi, cofundador da Liga Ventures, as agtechs têm forte conexão com dados, o que favorece a adoção da inteligência artificial, posicionando o setor entre os que mais avançam nessa tecnologia, atrás apenas das healthtechs.

Distribuição geográfica das agtechs no Brasil

A concentração das startups de agronegócio é maior em São Paulo, que responde por 44% das agtechs. Em seguida, aparecem Paraná (11%), Minas Gerais (10%), Rio Grande do Sul (10%) e Santa Catarina (8%). Outros estados com participação relevante são Rio de Janeiro (4%), Goiás (3%) e Bahia (2%).

Maturidade e público-alvo das startups

Quanto à maturidade das agtechs, o levantamento revela que 29% são emergentes, 30% estão estáveis, 27% nascentes e 14% disruptoras. Em relação às tecnologias mais aplicadas, destacam-se Data Analytics (38%), Banco de Dados (21%), Big Data (18%), Inteligência Artificial (15%) e Geolocalização (12%).

O foco do público-alvo está principalmente no mercado B2B, que representa 79% das startups mapeadas.

Metodologia do estudo

A pesquisa foi realizada com base em dados da plataforma Startup Scanner, ferramenta desenvolvida pela Liga Ventures para monitorar o ecossistema de startups no Brasil e América Latina. O objetivo é fornecer informações que auxiliem empresas, pesquisadores e empreendedores a identificar oportunidades de negócios e sinergias no mercado.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio