Em meio a um cenário de incertezas e expectativas inflacionárias acima da meta, o Banco Central (BC) indicou, por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (13), que será necessário manter uma política monetária mais restritiva por um período mais prolongado. A avaliação é unânime entre os diretores da instituição, que veem esse movimento como essencial para reconduzir a inflação ao centro da meta estabelecida.
Expectativas inflacionárias acima da meta exigem aperto maior
De acordo com o documento, todos os membros do Copom concordaram que, em um contexto de expectativas de inflação desancoradas, o controle dos preços demanda uma taxa de juros mais elevada e mantida por mais tempo do que em momentos de maior estabilidade. As projeções inflacionárias seguem acima da meta de 3% para todos os horizontes analisados, o que, segundo a ata, agrava o desafio do BC e amplia o custo desse combate sobre a atividade econômica.
Cenário de incertezas amplia riscos para inflação
A ata do Copom também destacou que o atual cenário de incerteza aumenta tanto os riscos de alta quanto de queda da inflação. A diretoria do BC discutiu se o balanço de riscos permanecia levemente assimétrico — como observado na reunião anterior — ou se já poderia ser considerado neutro. A incerteza dificulta a definição clara da tendência futura dos preços, o que justifica, segundo o Comitê, a manutenção de uma política monetária mais cautelosa.
Política fiscal influencia decisões do Banco Central
Outro ponto relevante mencionado foi o impacto da política fiscal sobre a condução da política monetária. O Comitê reconheceu que houve um estímulo fiscal significativo nos últimos anos e afirmou que continuará utilizando esse fator como um dos elementos de análise para definir a trajetória da taxa de juros. O BC reforçou que, diante das condições fiscais atuais e esperadas, continuará adotando uma postura apropriada para assegurar a convergência da inflação à meta.
Selic elevada e incertezas sobre próximos passos
Na reunião da semana passada, o Banco Central optou por elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, fixando-a em 14,75% ao ano. A autoridade monetária, no entanto, não sinalizou com clareza quais serão os próximos passos, indicando que as futuras decisões dependerão do comportamento dos indicadores econômicos. O Copom ressaltou a necessidade de manter uma dose elevada de restrição monetária por um período prolongado, enquanto persistirem os sinais de desancoragem das expectativas de inflação.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio