Biometano é alternativa viável ao diesel no transporte de cargas, afirma presidente da Copersucar

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A substituição do diesel por biometano no transporte rodoviário de cargas já é viável do ponto de vista econômico e tecnológico no Brasil. A avaliação é do presidente da Copersucar, Tomás Manzano, que participou do “CNN Talks: COP30 – A Chave para o Futuro”, realizado em Brasília, evento que marca o início da cobertura da CNN Brasil para a 30ª Conferência do Clima, que acontecerá em novembro, em Belém (PA).

Biometano é realidade e pode substituir o diesel

Segundo Manzano, o biometano – combustível derivado do biogás, oriundo de resíduos como os da cana-de-açúcar – já está disponível e em pleno desenvolvimento no Brasil. “Isso não é algo para ser desenvolvido daqui a alguns anos. Já é realidade hoje. É economicamente viável, com tecnologia corrente e atual”, afirmou o executivo.

Dependência do modal rodoviário e oportunidades com resíduos da cana

Durante sua participação no evento, Manzano destacou a predominância do transporte rodoviário no país, altamente dependente do diesel. Nesse contexto, ele apontou a possibilidade de transformar resíduos da cana-de-açúcar em biometano como uma oportunidade estratégica para reduzir as emissões do setor logístico.

“A gente tem a oportunidade de utilização de resíduos da cana-de-açúcar para produzir mais um produto, que é o biometano, que pode substituir o óleo diesel para transporte rodoviário”, reforçou.

Setor brasileiro de biocombustíveis é maduro e eficiente

Manzano afirmou que o Brasil possui um mercado de biocombustíveis consolidado, com uma indústria moderna e de alta eficiência. Para ele, o país tem todas as condições de replicar seu modelo de produção e distribuição em outras regiões do mundo. “A experiência do Brasil com a COP é um momento oportuno para demonstrar e apresentar o papel crucial dos biocombustíveis para a transição energética”, afirmou.

Etanol emite menos de um terço de CO₂ em comparação com combustíveis fósseis

Dados do setor reforçam o papel ambiental dos biocombustíveis: enquanto o etanol emite de 24 a 28g de CO₂ por megajoule (MJ), os combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, geram mais de 90g de CO₂/MJ. Apenas na operação da Copersucar, o uso do etanol evita a emissão de aproximadamente 37 milhões de toneladas de CO₂ por ano.

SAF à base de etanol é competitivo e de baixa emissão

Outro destaque apresentado por Manzano foi o combustível de aviação sustentável (SAF) produzido a partir do etanol. Segundo ele, esse tipo de combustível é o mais competitivo do mercado, principalmente em termos de escalabilidade e emissões. “Temos uma combinação de um setor agrícola eficiente e com alta produtividade com um portfólio de produtos de baixíssima intensidade de carbono, suportada por um ambiente regulatório muito robusto, moderno e inovador”, afirmou.

A fala do executivo evidencia o papel central que o Brasil pode desempenhar na agenda climática global, especialmente com soluções sustentáveis e economicamente viáveis, como o biometano e o etanol.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio