A China reduziu nesta terça-feira (20) as taxas de juros de referência para empréstimos pela primeira vez desde outubro de 2023. A medida, acompanhada da redução nas taxas de depósito por parte dos principais bancos estatais, busca amenizar os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos e impulsionar o crescimento econômico.
Objetivo: estimular consumo e concessão de crédito
Os cortes visam incentivar o consumo e o aumento na concessão de empréstimos, ao mesmo tempo em que tentam proteger os lucros cada vez mais apertados dos bancos comerciais. Apesar da decisão, o movimento foi considerado moderado, refletindo a postura cautelosa das autoridades chinesas quanto a políticas monetárias mais agressivas.
Redução nas taxas de referência
O Banco do Povo da China anunciou que a taxa primária de empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de um ano foi reduzida em 10 pontos-base, passando de 3,10% para 3,0%. Já a LPR de cinco anos, que influencia diretamente os financiamentos imobiliários, caiu para 3,5%, também uma redução de 10 pontos-base. Ambas atingiram os menores níveis desde que o sistema de LPR foi reformulado em 2019.
Bancos estatais também reduzem taxas de depósito
Logo após o anúncio do corte nas taxas de empréstimos, cinco dos maiores bancos estatais da China também reduziram suas taxas de depósito. Entre eles estão o Banco Industrial e Comercial da China, o Banco Agrícola da China, o Banco de Construção da China e o Banco da China. As reduções variam de 5 a 25 pontos-base, dependendo do prazo. A expectativa é que essas mudanças sirvam de orientação para que bancos menores adotem medidas semelhantes.
Análise de especialistas
Segundo Marco Sun, analista-chefe de mercado financeiro do MUFG Bank (China), o objetivo principal da ação é impulsionar os empréstimos e reativar o consumo interno. Ele destaca que o Banco Central chinês deve adotar uma postura de “esperar para ver” nos próximos meses, a menos que novos riscos geopolíticos intensifiquem a instabilidade econômica.
Contexto internacional e estratégia econômica
As medidas fazem parte de um conjunto de ações anunciadas pelo presidente do Banco Central chinês, Pan Gongsheng, em conjunto com outros reguladores financeiros. Elas antecedem a nova rodada de negociações entre China e Estados Unidos, marcada para ocorrer em Genebra neste mês, que já resultou em certo alívio nas tensões da guerra comercial.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio