Colheita de Café na Alta Mogiana Começa com Preços Firmes, Mas Expectativa de Menor Produtividade

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Introdução: Desafios e Oportunidades no Mercado de Café da Alta Mogiana

A colheita do café na região da Alta Mogiana, uma das mais renomadas na produção de cafés especiais no Brasil, iniciou-se com expectativas de preços firmes, mas um cenário de produtividade menor. A seca prolongada, que afetou várias áreas produtoras nos últimos meses, gerou um impacto significativo nas lavouras, resultando em uma previsão de quebra de safra em boa parte da região. Mesmo com a colheita em andamento, os produtores enfrentam um desafio duplo: a redução da produção e o planejamento para o próximo ciclo.

Impacto da Seca nas Lavouras de Café

Em Ribeirão Corrente, município do interior de São Paulo, o produtor Rafael Stefani compartilha os efeitos da irregularidade das chuvas nas lavouras de café. “Foram quase seis meses com chuvas muito irregulares, o que prejudicou o desenvolvimento dos grãos e afetou o volume de produção. A expectativa é de uma safra menor em comparação com os últimos anos”, relata Stefani.

Embora a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tenha estimado uma redução de aproximadamente 4% na produção de café em São Paulo, os cafeicultores da Alta Mogiana observam uma quebra mais acentuada. “A realidade no campo indica perdas ainda maiores, com algumas áreas sofrendo redução de até 20% na produção”, afirma Stefani, destacando a discrepância entre os dados oficiais e as condições enfrentadas pelos produtores locais.

Sistemas de Irrigação Ajudam a Mitigar os Efeitos da Seca

Apesar das adversidades climáticas, o uso de sistemas de irrigação tem sido um fator crucial para muitos produtores. Stefani, por exemplo, observa que as áreas irrigadas de sua propriedade conseguiram minimizar os impactos da estiagem, com a colheita deste ano sendo ligeiramente superior à do ano passado. No entanto, essa realidade não se aplica a todas as propriedades da região, que enfrentam perdas consideráveis.

Visão para o Futuro: Esperança no Ciclo Bienal do Café

Embora o cenário atual seja desafiador, especialistas reforçam a importância de os cafeicultores focarem no próximo ciclo de safra. Marcelo Jordão, engenheiro agrônomo e pesquisador, destaca que a bienalidade do cafezal — a alternância natural entre safra boa e safra baixa — oferece uma perspectiva positiva. “Mesmo com a quebra de safra em 2025, é esperado que a lavoura se recupere no ciclo seguinte, caso receba os cuidados adequados. As condições climáticas favoráveis deste ano estão favorecendo o desenvolvimento dos ramos, o que pode resultar em uma excelente safra em 2026”, explica Jordão.

Ele ressalta a importância de manter os tratos culturais em dia durante o período de dificuldades, visando a recuperação da lavoura no próximo ciclo. “É fundamental que o produtor continue cuidando bem de sua lavoura, preparando-a para o que está por vir”, conclui o especialista.

Expectativas para a Colheita e o Clima Favorável

A colheita na Alta Mogiana geralmente dura entre três e quatro meses, com a maioria dos produtores iniciando os trabalhos em maio e finalizando até o final de agosto. Em algumas propriedades, o processo pode se estender até setembro. Agora, a principal expectativa é por um clima estável e seco, essencial para garantir a qualidade dos grãos que estão sendo colhidos. Com o panorama climático atual, os cafeicultores esperam que o restante da colheita seja menos impactado pela instabilidade das chuvas, permitindo um resultado final mais satisfatório.

Um Olhar para o Futuro

Embora a atual safra de café na Alta Mogiana enfrente desafios devido à seca, os produtores permanecem otimistas em relação ao ciclo seguinte. Com o apoio de práticas agrícolas adequadas e um foco no próximo ano, espera-se que a região retome sua produtividade, garantindo a continuidade da produção de cafés especiais no Brasil. A colheita deste ano, embora marcada pela redução da produtividade, também é vista como um marco para os preparativos para uma safra promissora em 2026.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio