Queda nos preços do frete acompanha fim da colheita da soja
A mais recente edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em abril, aponta para uma tendência de arrefecimento nos preços dos fretes nas principais rotas de escoamento de grãos em importantes estados produtores. O principal fator para a retração é o encerramento da colheita da soja, especialmente em regiões como o Mato Grosso, onde todas as rotas analisadas apresentaram redução nas cotações. As quedas iniciaram-se nas áreas em que a colheita foi finalizada primeiro.
Expectativa é de retomada dos preços no curto prazo
Apesar do cenário atual de baixa, a Conab prevê uma possível recuperação nos preços dos fretes rodoviários. Segundo Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Companhia, existe a perspectiva de aquecimento logístico ainda no primeiro semestre, antes mesmo do início da colheita do milho. A expectativa é de que os preços se mantenham em patamar elevado, embora inferior ao registrado no auge da safra de soja.
Colheita do milho e cenário internacional devem pressionar logística
A Conab destaca que a proximidade de uma grande safra de milho tende a movimentar significativamente o setor logístico, o que poderá sustentar os preços do transporte. Além disso, a disputa comercial entre Estados Unidos e China pode direcionar parte relevante da demanda internacional para o Brasil, contribuindo para um cenário de alta nas tarifas de frete.
Quedas são observadas em diversos estados, com algumas exceções
Além de Mato Grosso, a redução nos valores do frete também foi registrada nos estados de Goiás, Piauí, Maranhão e Paraná. No entanto, no estado paranaense, as rotas com origem em Ponta Grossa foram exceção, apresentando variação positiva. Na Bahia, o comportamento dos preços oscilou entre estabilidade e alta, dependendo da localidade.
Distrito Federal e Mato Grosso do Sul apresentam realidades distintas
No Distrito Federal, os preços do frete apresentaram aumento generalizado em março, com destaque para as rotas com destino a Araguari e Uberaba, em Minas Gerais. Para os próximos meses, a tendência é de relativa estabilidade, influenciada pela variação cambial, os preços dos combustíveis e a menor demanda após o pico da colheita da soja.
Já em Mato Grosso do Sul, os valores se mantêm elevados, refletindo um movimento sazonal típico do auge da colheita das culturas de verão. Em março, o volume de transporte no estado foi consideravelmente superior ao dos meses anteriores, com a soja respondendo por quase o triplo do volume transportado em comparação a fevereiro.
Minas Gerais e São Paulo registram elevação, mas em ritmos diferentes
Em Minas Gerais, o aumento dos preços de frete foi impulsionado pela forte movimentação de produtos no fim de fevereiro e durante março, especialmente da soja, em razão da maior produção e da valorização das commodities. Em São Paulo, embora o efeito da colheita da oleaginosa também tenha pressionado os preços para cima, as altas foram mais moderadas.
Exportações de milho e soja: portos do Sudeste e Arco Norte lideram escoamento
As exportações de milho em março totalizaram 5,9 milhões de toneladas, volume inferior ao registrado no mesmo mês de 2024, quando foram embarcadas 7 milhões de toneladas. O porto de Santos segue como o principal ponto de saída do cereal, respondendo por 29,1% do total movimentado. Em seguida aparecem os portos do Arco Norte (26,3%), São Francisco do Sul (16%) e Paranaguá (12,7%).
Já as exportações de soja alcançaram 22,2 milhões de toneladas em março. O porto de Santos novamente lidera, com 36% dos embarques, seguido pelos portos do Arco Norte (34,4%), Paranaguá (15,8%) e Rio Grande (3,4%).
Boletim Logístico acompanha dinâmica do setor em dez estados produtores
O boletim mensal elaborado pela Conab apresenta uma análise detalhada da logística do setor agropecuário em dez estados brasileiros. O documento contempla o comportamento do mercado de fretes, a movimentação das exportações agrícolas, o fluxo de cargas, as principais rotas utilizadas para escoamento da safra, bem como a entrada de fertilizantes e o transporte de estoques gerido pela estatal por meio de leilões eletrônicos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio