A medida, tomada em um cenário de incertezas internas e externas, busca garantir a convergência da inflação para a meta estabelecida, mas o Comitê não sinalizou qual será a postura adotada em sua próxima reunião, prevista para junho. Confira os principais pontos da decisão e suas implicações.
Aumento da Selic e Perspectivas para o Futuro
O Copom anunciou a elevação da Selic em 0,50 ponto percentual, resultando em uma taxa de 14,75% ao ano. O Comitê ressaltou que a decisão é compatível com a necessidade de alcançar a meta de inflação ao longo do horizonte relevante, sem prejudicar a estabilidade dos preços. A medida também busca atenuar as flutuações na atividade econômica e promover o pleno emprego.
Apesar da elevação, o Copom deixou claro que a próxima reunião, em junho, será influenciada pela alta incerteza do cenário atual, tanto no Brasil quanto no exterior. A política monetária continuará sendo adaptada conforme a evolução dos dados econômicos e da dinâmica da inflação, com flexibilidade para ajustar a estratégia conforme necessário.
Fatores que Guiam a Política Monetária: Vigilância e Flexibilidade
O Comitê destacou que a calibragem do aperto monetário continuará sendo orientada por fatores como as projeções de inflação, as expectativas de preços, o hiato do produto e o balanço de riscos. A política fiscal interna e as tensões comerciais internacionais, especialmente com os Estados Unidos, também têm impactado as expectativas dos agentes econômicos e a cotação de ativos financeiros. O Copom reconhece que o cenário continua a exigir uma postura monetária restritiva para garantir a convergência da inflação à meta, considerando a resiliência da economia e a pressão no mercado de trabalho.
Projeções para a Inflação e Riscos Envolvidos
A projeção de inflação do Copom para 2026, que é o atual horizonte relevante da política monetária, foi fixada em 3,6%. Contudo, o Comitê alertou que os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão elevados. Entre os riscos de alta, destacam-se a possibilidade de uma desancoragem das expectativas de inflação, uma resiliência maior na inflação de serviços e impactos mais intensos das políticas econômicas internas e externas. Por outro lado, os riscos de baixa incluem uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica, tanto no Brasil quanto no exterior, e uma possível queda nos preços das commodities, que poderiam gerar efeitos desinflacionários.
Cenário Externo e Seus Efeitos sobre a Política Monetária
O ambiente externo continua a apresentar desafios, com particular ênfase nas incertezas geradas pela política comercial dos Estados Unidos. O impacto da desaceleração econômica global e a volatilidade dos mercados financeiros têm gerado pressões sobre as condições financeiras globais, exigindo cautela por parte dos países emergentes. A volatilidade nos preços de ativos também tem sido um fator relevante a ser monitorado, principalmente em um cenário geopolítico tenso.
Perspectivas Domésticas: Desaceleração no Crescimento Econômico
Em relação à economia brasileira, o Copom observou um dinamismo nos indicadores de atividade econômica e no mercado de trabalho, embora já se perceba uma desaceleração no crescimento. As últimas divulgações mostram que tanto a inflação cheia quanto as medidas subjacentes permanecem acima da meta, o que reforça a necessidade de manter a política monetária restritiva para assegurar o controle sobre a inflação.
O aumento da Selic reflete a cautela do Copom diante de um cenário repleto de incertezas, tanto internas quanto externas. Com vigilância sobre os dados econômicos, a política monetária continuará sendo ajustada de acordo com a evolução da inflação e as condições da economia global. A decisão de manter a taxa elevada e flexível é uma medida prudente para garantir a estabilidade econômica a médio e longo prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio