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Crescimento das Compras Mexicanas Sustenta Preços do Milho, Mas Fatores Climáticos Geram Incertezas

O mercado do milho tem apresentado um cenário de alta impulsionado por uma demanda robusta, especialmente do México, e por negociações comerciais estratégicas entre os Estados Unidos e o país vizinho. No entanto, fatores climáticos favoráveis e a expectativa de uma safra recorde nos EUA trazem elementos de pressão sobre os preços. O equilíbrio entre esses fatores tem gerado incertezas no futuro imediato do mercado.

Aumento das Compras Mexicanas

O México tem se destacado como um dos principais compradores de milho americano, adquirindo 20,3 milhões de toneladas do grão norte-americano para o ciclo 2024/2025. Esse volume representa 35% das exportações totais de milho dos Estados Unidos e um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, reforçando a importância estratégica da relação comercial entre os dois países para a sustentação dos preços.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum Pardo, contribuiu para esse otimismo ao relatar uma “conversa muito positiva” com o ex-presidente Donald Trump sobre a melhoria da balança comercial bilateral. Ela afirmou que os secretários da Fazenda, Tesouro, Economia e Comércio das duas nações continuarão as negociações para avançar em temas pendentes, o que pode ampliar ainda mais as importações de milho do México.

Além disso, o relatório semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) indicou que as exportações de milho continuam fortes, com vendas de 1.014.400 toneladas para a safra 2024/2025, um número dentro das expectativas do mercado. O México liderou essas compras com 451.400 toneladas. A negociação das safras 2025/2026 também surpreendeu positivamente, com 244,7 mil toneladas adquiridas, das quais 184,7 mil foram destinadas ao México.

Fatores Baixistas no Mercado

Apesar do cenário positivo em termos de demanda, fatores baixistas também afetam o mercado. O USDA informou uma melhora nas condições climáticas nos Estados Unidos, reduzindo de 26% para 20% a área com algum nível de seca, o que pode favorecer a safra e pressionar os preços para baixo.

Na Argentina, a colheita de milho segue em ritmo lento, com produtores priorizando a soja. Isso tem gerado uma oferta reduzida no país, que poderia compensar a possível alta nos preços de milho. Em Chicago, os contratos futuros de milho registraram uma leve alta, com o contrato de setembro fechando a US$ 172,14 e o de dezembro a US$ 176,07 por tonelada, refletindo o impacto da demanda externa.

Preço do Milho na Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado futuro de milho demonstrou uma reação mista. O contrato de maio, referência para a safra de verão brasileira, recuou 0,64%, fechando a US$ 464,25 por tonelada. O contrato de julho caiu 0,68%, a US$ 472,25. Apesar dessa queda, o milho continua sustentado pelo bom ritmo das exportações norte-americanas, com o México se destacando como o principal comprador.

A disputa entre os fundamentos de alta e baixa no mercado está visível. Por um lado, o avanço nas exportações e as negociações comerciais com o México sustentam os preços. Por outro, a previsão de uma safra abundante nos EUA pode resultar em maior oferta, o que pressionaria o mercado nos próximos meses.

Perspectivas para o Mercado Futuro

O mercado permanece em um delicado equilíbrio. Enquanto a forte demanda externa, especialmente do México, oferece suporte aos preços, o clima favorável e a perspectiva de uma safra recorde nos EUA indicam que os preços podem enfrentar pressão no curto prazo. Investidores e analistas do mercado seguem atentos à evolução das condições climáticas no cinturão do milho americano e às futuras negociações comerciais, particularmente com o México, que deve continuar a desempenhar papel fundamental na demanda internacional pelo milho dos EUA.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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