Estimativa recorde para a safra de robusta pressiona preços em Londres; mercado segue atento à colheita no Brasil

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Os contratos futuros do café operaram com volatilidade nas bolsas internacionais na manhã desta quarta-feira (21), refletindo as novas estimativas para a safra brasileira de 2025. As projeções mais elevadas para o café robusta pressionaram as cotações em Londres, enquanto o arábica registrava ganhos moderados em Nova York.

Projeções do USDA impulsionam robusta e reduzem arábica

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou novas estimativas para a safra brasileira de café:

  • Café arábica: A produção está estimada em 40,9 milhões de sacas, com queda de 6,4% em relação ao ciclo anterior, devido às condições climáticas adversas em 2024, especialmente em Minas Gerais.
  • Café robusta: A produção foi projetada em 24,1 milhões de sacas, um aumento de 15% sobre as 21 milhões de sacas previstas em 2024.
  • Produção total: A safra brasileira foi estimada em 65 milhões de sacas, o que representa um aumento de 0,5% em relação ao ano anterior.

O USDA também projeta que a produção do Vietnã, segundo maior produtor mundial, alcance 31 milhões de sacas nesta temporada.

Carvalhaes alerta para equilíbrio frágil entre oferta e demanda

Apesar das projeções otimistas para a safra brasileira, o Escritório Carvalhaes sinaliza que o mercado segue com oferta apertada:

“Nossos estoques de passagem ao final de junho serão historicamente baixos. Mesmo com maior produção, a safra 2025/26 deve ter tamanho semelhante à atual. O equilíbrio precário entre produção e consumo global continuará”, afirma boletim da consultoria.

Colheita brasileira é fator decisivo para o mercado global

Segundo a Hedgepoint, o Brasil tem papel central no mercado global de café, respondendo por cerca de 40% do comércio internacional da commodity. Com os estoques nos países consumidores em níveis baixos e a demanda aquecida, a colheita brasileira se torna ainda mais estratégica.

A analista de café da corretora, Laleska Moda, destacou que os produtores brasileiros estão capitalizados e, por isso, podem adiar o ritmo da colheita para permitir maior maturação dos grãos.

“Alguns agricultores podem optar por esperar um pouco mais antes de acelerar a colheita, já que estão bem capitalizados”, disse.

A colheita no Brasil avança de forma lenta:

Total colhido até o momento: 7% da safra, abaixo da média histórica de 10% para esta época do ano.

  • Robusta: 11% colhido.
  • Arábica: Apenas 4% colhido.
Cotações internacionais na manhã desta quarta-feira (21)

Café arábica (Bolsa de Nova York):

  • Maio/25: alta de 35 pontos, cotado a 369,65 cents/lbp
  • Julho/25: alta de 10 pontos, a 366,50 cents/lbp
  • Dezembro/25: alta de 20 pontos, a 361,55 cents/lbp

Café robusta (Bolsa de Londres):

  • Maio/25: queda de US$ 70, a US$ 4.878/tonelada
  • Julho/25 e Novembro/25: baixa de US$ 16, cotados a US$ 4.887/tonelada e US$ 4.843/tonelada, respectivamente
  • Setembro/25: perda de US$ 22, a US$ 4.873/tonelada

O mercado segue atento às condições climáticas e ao andamento da colheita no Brasil, fatores que devem continuar influenciando a volatilidade dos preços nas próximas semanas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio