Mercado acompanha falas do Fed após rebaixamento da nota de crédito dos EUA; dólar cai e Ibovespa renova recorde

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O dólar começou a terça-feira (20) com os investidores atentos aos pronunciamentos de sete autoridades do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. As falas ganham relevância após a agência de classificação de risco Moody’s rebaixar a nota de crédito dos EUA no fim da semana passada.

Moody’s reduz nota dos EUA e aponta riscos fiscais

A Moody’s rebaixou a nota da economia americana de “AAA” para “AA1”, alterando a perspectiva de “negativa” para “estável”. A justificativa foi o aumento da dívida pública dos EUA, que, segundo a agência, gera preocupações quanto à sustentabilidade das contas públicas. A dívida já ultrapassa US$ 36 trilhões.

De acordo com a Moody’s, sucessivas administrações e o Congresso falharam em implementar medidas eficazes para conter os déficits fiscais e o aumento dos custos com juros. O cenário se agrava com a possibilidade de um novo pacote de cortes de impostos promovido pelo ex-presidente Donald Trump, que pode adicionar entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões à dívida americana em dez anos.

Mercado tenta antecipar próximos passos do Fed

O mercado financeiro avalia como o Fed reagirá ao rebaixamento da nota e qual será a condução da política de juros daqui para frente. As expectativas são de que o banco central americano promova dois cortes de 0,25 ponto percentual ainda em 2025, com o primeiro sendo aguardado para setembro.

As autoridades do Fed devem se dividir entre os que preferem esperar novos indicadores econômicos e os que darão maior ênfase à desaceleração da inflação e ao recente acordo comercial entre EUA e China, com duração prevista de apenas 90 dias.

Dólar fecha em queda e acumula perdas no ano

Na segunda-feira (19), o dólar encerrou o dia com recuo de 0,25%, cotado a R$ 5,6546.

Com isso, a moeda acumula:

  • Queda de 0,25% na semana
  • Recuo de 0,39% no mês
  • Perda de 8,50% no acumulado do ano
Ibovespa atinge novo recorde histórico

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou a segunda-feira com alta de 0,32%, aos 139.636 pontos, renovando sua máxima histórica.

Com o resultado, o índice registra:

  • Alta de 0,32% na semana
  • Avanço de 3,38% no mês
  • Ganho de 16,09% no ano
China corta juros para estimular economia

Em outro movimento relevante para os mercados globais, a China reduziu as taxas de juros de referência pela primeira vez desde outubro, buscando estimular sua economia diante das tensões comerciais com os Estados Unidos.

O Banco do Povo da China cortou a taxa primária de empréstimos (LPR) de um ano para 3%, e a de cinco anos para 3,5%. Essas taxas influenciam diretamente os empréstimos empresariais e os financiamentos imobiliários. Ambas estão agora no menor nível desde a reformulação do sistema de LPR em 2019.

A medida integra um conjunto de ações anunciadas por autoridades chinesas para mitigar os efeitos da guerra comercial. Como reflexo, as bolsas chinesas fecharam em alta:

  • Xangai subiu 0,38%
  • CSI300 avançou 0,54%
Negociações comerciais seguem no radar

Os investidores seguem atentos a possíveis avanços nos acordos comerciais dos Estados Unidos com seus parceiros. O temor é que tarifas elevadas sobre produtos importados aumentem os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e desacelerando o crescimento econômico global.

Na segunda-feira, a China solicitou que os EUA adotem políticas responsáveis para preservar a estabilidade financeira internacional. A manifestação veio após declarações do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, reiterando que o governo Trump pretende aplicar tarifas a países que não negociarem de “boa fé”.

No entanto, uma reportagem do Financial Times trouxe alívio ao indicar que os EUA e a União Europeia iniciaram negociações comerciais concretas, encerrando um longo impasse. Também há expectativa por avanços em acordos com Reino Unido, Índia, Japão e Coreia do Sul.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio