Mercado de Feijão Enfrenta Estagnação em Abril devido à Demanda Fraca e Pressão nos Preços

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A demanda tímida e a entrada da segunda safra, principalmente no Paraná, pressionaram os preços para baixo, criando um cenário desafiador para produtores e comerciantes. A falta de movimentação nas negociações culminou em um mês marcado por incertezas e expectativas cautelosas para os próximos meses.

Feijão Carioca: Mercado Morno e Baixa Liquidez

Abril foi um mês de lentidão no mercado de feijão carioca, com a demanda pouco ativa e a colheita da segunda safra entrando em ritmo acelerado, especialmente no Paraná. A falta de liquidez foi um dos principais fatores que influenciaram o comportamento dos preços.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, embora tenha havido uma leve valorização na segunda semana do mês, o alívio foi breve e os preços voltaram a cair. A redução da oferta em estados como Minas Gerais e Goiás, juntamente com a preferência da indústria por grãos de maior qualidade, sustentou temporariamente os valores.

“A baixa disponibilidade e a retenção estratégica dos volumes pelos produtores ajudaram a evitar um colapso ainda maior nos preços”, comentou Oliveira. Porém, com o avanço da colheita no Paraná, a oferta aumentou, o que pressionou ainda mais os preços para baixo.

A última semana de abril, com a aproximação do feriado do Dia do Trabalho, foi marcada por uma paralisação quase total das negociações. A demanda, já enfraquecida, desapareceu por completo, e a indústria adotou uma postura conservadora. A consequência foi um ambiente de apatia comercial, como destacou Oliveira.

No final de abril, os preços do feijão carioca estavam cotados entre R$ 275 e R$ 277/sc FOB em São Paulo (nota 9), R$ 265 a R$ 268/sc em Santa Catarina (nota 9 extra) e R$ 195 a R$ 200/sc no Paraná (nota 8).

Feijão Preto: Pressão Baixa e Oferta Excessiva

O mercado de feijão preto também enfrentou um cenário difícil em abril, com preços pressionados para baixo devido à excesso de oferta de grãos de qualidade inferior, especialmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, proveniente da colheita da segunda safra.

Na primeira semana de abril, os preços CIF São Paulo variavam entre R$ 160 e R$ 190/sc, enquanto no mercado FOB, o feijão de menor padrão no Paraná era negociado entre R$ 110 e R$ 130/sc. No Rio Grande do Sul, o tipo 1 oscilava entre R$ 145 e R$ 150/sc. Diante dessa realidade, muitos produtores optaram por adiar as vendas, focando nos trabalhos de campo na esperança de uma recuperação.

Contudo, a recuperação do mercado não se concretizou, e a baixa qualidade do produto, somada à demanda interna fraca e à ausência de exportações relevantes, travaram os negócios. O feriado no final do mês acentuou a paralisia do mercado, criando um cenário de risco para os produtores. Como destacou Oliveira, sem uma melhora na demanda, qualquer recuperação será pontual e limitada.

Expectativas para o Mercado: O Consumo Como Fator Decisivo

O consumo permanece como um fator determinante para a recuperação do mercado de feijão. A falta de perspectivas de aumento na demanda interna e a ausência de incentivos nas exportações deixam os produtores em um cenário incerto para os próximos meses. Sem um estímulo significativo na demanda, os preços devem continuar em níveis baixos, dificultando a recuperação do mercado como um todo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio