A comercialização no mercado interno segue travada, com baixa liquidez e queda nos preços em algumas regiões. Na Bolsa de São Paulo (B3), as cotações recuaram influenciadas pela gripe aviária e pela proximidade da colheita da safrinha. Já na Bolsa de Chicago, os preços subiram, impulsionados por dados positivos de exportação e condições climáticas adversas nos Estados Unidos e Argentina.
Situação nos estados brasileiros
Rio Grande do Sul:
De acordo com levantamento da TF Agroeconômica, mais de 95% da safra de verão 2025 já foi comercializada no estado, o que reduziu a oferta e concentrou o produto nas mãos de produtores com maior poder de negociação. A indústria garantiu o abastecimento para maio e agora busca contratos para os meses de junho e julho.
Mesmo após negociações recentes com cooperativas, os estoques de fábricas de ração continuam apertados. A saca é negociada entre R$ 66,00 e R$ 70,00 no interior gaúcho, com destaque para R$ 66,00 em Santa Rosa e Ijuí, e até R$ 69,00 em Lajeado e Montenegro.
Santa Catarina:
Apesar da redução de 13% na área plantada, a produção no estado cresceu mais de 23%, puxada por um ganho de 40% na produtividade, atingindo média recorde de 9.717 kg/ha.
Ainda assim, o mercado está travado pela distância entre os preços pedidos pelos produtores e os ofertados pelos compradores. No Planalto Norte, as pedidas chegam a R$ 82,00, enquanto as ofertas ficam em até R$ 79,00. Em Campos Novos, produtores pedem entre R$ 83,00 e R$ 85,00. No mercado interno, a saca recuou 0,59% na semana, com média de R$ 75,93. Cooperativas pagam R$ 69,00 em Papanduva e até R$ 71,00 no Oeste e na Serra.
Paraná:
O mercado paranaense apresenta baixa liquidez e pequenos ajustes nos preços. A saca teve recuo entre 1,13% e 1,17%, com valores oscilando entre R$ 59,36 e R$ 61,46. Nos Campos Gerais, o milho disponível é cotado a R$ 76,00 FOB, podendo chegar a R$ 80,00. Para entrega em junho, com pagamento no fim do mês, o valor está em R$ 73,00 CIF.
Mato Grosso do Sul:
A oferta permanece restrita e o mercado opera de forma lenta, aguardando a entrada da safrinha. Em Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste, o milho foi negociado a R$ 56,00, enquanto em Maracaju chegou a R$ 59,00. Já em Dourados, Campo Grande e Caarapó, as cotações seguem estáveis em R$ 60,00.
B3: Baixa nos contratos futuros com influência da gripe aviária
Na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3), os contratos de milho iniciaram a semana em queda, com exceção de um pequeno ajuste positivo no contrato de julho/26. Segundo a TF Agroeconômica, os preços foram pressionados pela gripe aviária detectada no Rio Grande do Sul e pela expectativa de colheita da safrinha.
Até esta segunda-feira, 18 países haviam suspendido temporariamente as importações de carne de frango do Brasil, o que impactou negativamente o mercado de milho e farelo de soja, já que ambos são amplamente utilizados na formulação de ração.
As cotações ficaram assim:
- Julho/24: R$ 62,07 – alta de R$ 0,06 no dia, mas queda de R$ 1,51 na semana
- Julho/25: R$ 63,17 – queda de R$ 0,74 no dia e R$ 1,41 na semana
- Setembro/25: R$ 67,00 – queda de R$ 0,15 no dia e R$ 0,79 na semana
- Chicago: Alta impulsionada por exportações e clima adverso
Na Bolsa de Chicago, o milho fechou em alta, com suporte de dados de exportação mais fortes e preocupações com o clima nos EUA e Argentina.
A cotação de julho, referência para a safra de verão brasileira, subiu 0,90% (US$ 4,00 cents/bushel), encerrando a US$ 447,50. O contrato para o mesmo mês avançou 1,60% (US$ 6,75 cents/bushel), cotado a US$ 428,25.
Os Fundos de Investimento aproveitaram os problemas climáticos nos EUA — onde chuvas recentes alagaram áreas e podem atrasar o plantio — e na Argentina — onde as precipitações ameaçam lavouras ainda não colhidas — para recomprar posições anteriormente vendidas. O USDA também reportou um aumento de 32% no volume de milho exportado em relação à semana anterior, o que contribuiu para a valorização.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio