O cenário do milho no Brasil segue marcado por desaquecimento, com negócios lentos e discrepâncias de preços entre estados produtores. A TF Agroeconômica aponta que, no Rio Grande do Sul, a oferta do cereal é limitada e ainda há incertezas provocadas por questões sanitárias. No interior do estado, os vendedores mantêm pedidas firmes, entre R$ 65,00 e R$ 70,00 por saca, mesmo com a demanda de maio praticamente atendida. Agora, o foco se volta para junho, quando é esperado o recebimento de milho de outras regiões, incluindo contratos futuros, para liberar espaço nos armazéns com a chegada da safrinha.
Santa Catarina registra recuos nos preços e divergência entre ofertas e pedidos
Em Santa Catarina, a comercialização do milho também apresenta sinais de desaceleração. Segundo a TF Agroeconômica, há uma diferença significativa entre os valores pedidos pelos produtores e as ofertas dos compradores. No Planalto Norte, os agricultores pedem R$ 82,00 por saca, mas as ofertas não ultrapassam R$ 79,00. Em Campos Novos, o cenário é semelhante, com pedidos entre R$ 83,00 e R$ 85,00, frente a ofertas CIF entre R$ 79,00 e R$ 80,00. A cotação média estadual caiu para R$ 73,00. Nas principais praças, os preços variam: R$ 72,70 em Joaçaba, R$ 77,13 em Chapecó, R$ 62,00 em Palma Sola (Coopertradição) e R$ 66,00 em Rio do Sul (Cravil).
Paraná recebe milho de fora, mas mercado segue lento
O Paraná tem registrado a entrada de milho oriundo do Rio Grande do Sul e importado, mas o ritmo de negócios permanece travado. Os preços se mantêm na faixa entre R$ 59,36 e R$ 61,46 por saca, com pouca disposição de compradores e resistência por parte dos vendedores. Nos Campos Gerais, o milho disponível para entrega imediata é negociado a R$ 76,00 FOB, embora alguns produtores ainda busquem fechar acordos a R$ 80,00.
Mercado parado no Mato Grosso do Sul e cotações inferiores às de exportação
No Mato Grosso do Sul, a liquidez também é baixa. Os preços oscilam entre R$ 55,00 e R$ 58,00 por saca, com destaque para os seguintes municípios: R$ 58,00 em Dourados, Campo Grande e Caarapó; R$ 57,00 em Maracaju; R$ 55,00 em Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste; e R$ 56,00 em Sidrolândia e Ponta Porã. Fora do estado, as cotações são mais elevadas, puxadas pelo mercado de exportação.
Milho se valoriza em Chicago com plantio acelerado nos EUA
Enquanto o mercado brasileiro de milho enfrenta lentidão, as cotações na Bolsa de Chicago encerraram a semana com valorização. Segundo análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), o contrato com vencimento mais próximo fechou a quinta-feira (22) a US$ 4,63 por bushel — alta frente aos US$ 4,48 da semana anterior. Em comparação, o valor era de US$ 4,75 há um mês e de US$ 4,61 no mesmo período do ano passado.
O avanço nos preços está ligado ao rápido progresso no plantio nos Estados Unidos. Até 18 de maio, 78% da área prevista para o cereal já havia sido semeada, superando a média histórica de 53% para o período. Além disso, 50% das lavouras já haviam germinado, contra uma média histórica de 40%, refletindo um clima altamente favorável para o desenvolvimento das plantações.
Essa combinação de fatores tem elevado as expectativas do mercado internacional, impactando as estratégias comerciais de produtores e demais agentes da cadeia produtiva.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio