Mercados globais disparam após trégua tarifária entre China e EUA

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Os dois países chegaram a um acordo para reduzir temporariamente as tarifas impostas sobre produtos importados, em um movimento que trouxe otimismo aos investidores e alívio aos mercados.

Acordo reduz tarifas por 90 dias e impulsiona Wall Street

Os principais índices acionários dos Estados Unidos registravam altas expressivas no mercado futuro na manhã desta segunda-feira (12), refletindo o impacto positivo do acordo firmado entre China e Estados Unidos.

Pelo pacto, as tarifas “recíprocas” serão reduzidas por 90 dias:

  • As tarifas dos EUA sobre produtos chineses caem de 145% para 30%;
  • As tarifas da China sobre mercadorias americanas recuam de 125% para 10%.

Antes mesmo da abertura dos mercados, por volta das 9h, os índices futuros apresentavam forte valorização:

  • Dow Jones: +2,44%
  • S&P 500: +2,98%
  • Nasdaq: +3,89%
Alívio após período de tensão econômica

A trégua representa um alívio após meses de escalada tarifária iniciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Em abril, durante o que ele chamou de “Dia da Libertação”, foram anunciadas tarifas extras para mais de 180 países, com impacto imediato nas bolsas globais.

Na ocasião, o mercado reagiu negativamente, temendo que o aumento dos custos de importação pressionasse os preços ao consumidor, elevasse a inflação e prejudicasse o consumo — cenário que poderia provocar uma desaceleração econômica global.

“O mercado precisa se recalibrar para a situação anterior ao ‘Dia da Libertação’, e isso parece uma economia em crescimento muito construtiva”, afirmou Thomas Hayes, presidente da Great Hill Capital LLC.

“Esta é uma redução substancial da tensão. No entanto, os EUA ainda impõem tarifas muito mais altas à China”, ponderou Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics.

Bolsas asiáticas fecham em alta com valorização do yuan

O impacto do acordo também foi sentido nos mercados asiáticos. As bolsas da China encerraram o pregão em alta, e o yuan se valorizou frente ao dólar, atingindo seu maior valor em seis meses, cotado a 7,2001 por dólar.

Desempenho dos principais índices na Ásia:

  • CSI 1000 (China): +1,40%
  • Hang Seng (Hong Kong): +3,12%

Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management, comentou que o acordo superou as expectativas:

“Achei que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%.”

As bolsas do Japão e da Coreia do Sul já estavam fechadas no momento do anúncio.

Europa acompanha otimismo e opera em alta

O movimento de valorização também foi observado nas principais bolsas europeias na manhã desta segunda-feira (12), com investidores reagindo ao alívio nas tensões comerciais globais.

Confira os índices europeus por volta das 9h30 (horário de Brasília):

  • DAX (Alemanha): +0,74%
  • CAC 40 (França): +1,54%
  • FTSE 100 (Reino Unido): +0,59%
  • Itália 40 (Itália): +1,79%
  • IBEX 35 (Espanha): +0,68%
  • AEX (Holanda): -1,98%
  • SMI (Suíça): +0,07%
Entenda a escalada da guerra tarifária entre EUA e China

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou a partir de abril, com os Estados Unidos impondo tarifas adicionais de 34% à China, além dos 20% já existentes — totalizando 54%.

A China reagiu com a mesma medida: anunciou, em 4 de abril, a aplicação de 34% em tarifas adicionais sobre todas as importações americanas.

A escalada continuou:

  • 8 de abril: Trump ameaça elevar as tarifas para 104% caso a China não recue até o meio-dia.
  • 9 de abril: China mantém posição e anuncia nova elevação para 84% nas tarifas sobre produtos americanos.
  • Mesmo dia: Trump amplia o tarifaço para 125% e afirma que a China será exceção à “pausa” aplicada às demais nações.
  • 10 de abril: A Casa Branca explica que a alíquota total contra a China chega a 145%, somando tarifas anteriores.
  • 11 de abril: China responde elevando suas tarifas para 125% sobre produtos americanos.

Agora, com o novo acordo, essas tarifas foram temporariamente reduzidas, abrindo espaço para negociações mais duradouras — embora analistas ressaltem que ainda há incertezas quanto à permanência da trégua.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio