O Ministério da Fazenda atualizou suas projeções para a economia brasileira, elevando as estimativas de inflação para os anos de 2025 e 2026, ao mesmo tempo em que aumentou ligeiramente a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024. As informações constam em boletim divulgado nesta segunda-feira (19) pela Secretaria de Política Econômica (SPE), vinculada à pasta.
Inflação: projeções para 2025 e 2026 sobem
De acordo com os dados da SPE, a projeção para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,9% para 5,0% em 2024. Para 2026, a expectativa foi elevada de 3,5% para 3,6%.
Mesmo com a revisão, as novas projeções da Fazenda continuam abaixo das estimativas do mercado financeiro. Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, os analistas esperam um IPCA de 5,5% neste ano e de 4,5% em 2026.
PIB deve crescer mais em 2024
O Ministério da Fazenda também revisou para cima sua projeção de crescimento econômico em 2024. A estimativa para o PIB passou de 2,3% para 2,4%. Para 2026, a previsão foi mantida em 2,5%.
O novo número é mais otimista do que a última projeção do Banco Central, que prevê alta de 1,9% para o PIB em 2025 — sem ainda divulgar dados para 2026. O mercado, por sua vez, trabalha com estimativas mais conservadoras: alta de 2,02% em 2024 e de 1,70% no próximo ano.
Crescimento em 2025 impulsionado por agropecuária
A Secretaria de Política Econômica explicou que a revisão positiva para o PIB de 2025 está relacionada ao desempenho mais forte do primeiro trimestre deste ano e à expectativa de aumento da produção agropecuária.
“Ao observarmos uma aceleração da atividade econômica no início do ano, projetamos uma desaceleração e posterior estabilidade no segundo semestre”, destacou o órgão no boletim.
Incertezas externas persistem
Apesar de algumas melhorias pontuais no cenário internacional, como a redução temporária das tarifas de importação pelos Estados Unidos, a SPE aponta que o ambiente global segue incerto.
A secretaria mencionou que a política comercial norte-americana ainda gera dúvidas e que esse cenário tem mantido o dólar em níveis mais baixos do que o esperado, mesmo em um contexto de maior aversão ao risco nos mercados.
Segundo a SPE, esse enfraquecimento da moeda norte-americana, combinado à desaceleração da economia mundial e à queda nos preços das commodities, pode contribuir para uma redução das pressões inflacionárias nos países da América Latina no curto prazo.
Tensões comerciais podem afetar crescimento
O boletim também alerta que um agravamento das tensões comerciais globais e o aumento da incerteza internacional podem impactar negativamente o ritmo de crescimento da economia brasileira.
Inflação: impacto de fatores pontuais
Sobre a elevação nas previsões inflacionárias, a SPE explicou que a mudança decorre de “pequenas surpresas” nas variações registradas para o IPCA em março, além de ajustes pontuais nas expectativas para os meses seguintes.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio