Oferta elevada de milho pressiona preços no Brasil; exportações recuam em maio

0
21

O mercado brasileiro de milho registrou mais uma semana de desvalorização. De acordo com análise da Safras Consultoria, os consumidores mantiveram postura cautelosa nas negociações, realizando compras pontuais. A expectativa de uma safrinha robusta e estoques bem abastecidos contribuiu para o movimento de retração nos preços.

Produtores antecipam vendas diante de cenário favorável

Do lado dos produtores, a estratégia foi de intensificar a fixação da oferta de milho. O avanço do clima sobre as lavouras, a tendência dos preços futuros e outros fatores como a oscilação do câmbio e a paridade de exportação também influenciaram a decisão de venda, conforme apontou a consultoria.

Recuperação em Chicago impulsionada pela demanda e plantio lento

No cenário internacional, os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago tiveram uma semana de recuperação. Os preços reagiram aos sinais de demanda aquecida para o cereal norte-americano e ao ritmo mais lento do que o previsto no plantio da safra 2025/26 nos Estados Unidos.

Queda nos preços internos do milho

A cotação média da saca de milho no Brasil foi de R$ 68,22 no dia 22 de maio, recuo de 3,71% em relação aos R$ 70,85 registrados na semana anterior. Confira os principais destaques regionais:

  • Cascavel (PR): R$ 66,00 por saca, queda de 4,35% (ante R$ 69,00);
  • Campinas/CIF (SP): R$ 75,00, retração de 2,6% (ante R$ 77,00);
  • Mogiana (SP): R$ 70,00, baixa de 4,11% (ante R$ 73,00);
  • Rondonópolis (MT): R$ 58,00, recuo de 6,45% (ante R$ 62,00);
  • Erechim (RS): R$ 69,00, queda de 1,43% (ante R$ 70,00);
  • Uberlândia (MG): R$ 70,00, redução de 2,78% (ante R$ 72,00);
  • Rio Verde (GO): R$ 72,00, estabilidade na comparação semanal.
Exportações em forte desaceleração

As exportações brasileiras de milho apresentaram recuo significativo em maio. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, nos 11 primeiros dias úteis do mês, a receita gerada foi de US$ 10,247 milhões, com média diária de US$ 931,6 mil. O volume exportado chegou a 32,989 mil toneladas, com média diária de 2,999 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 310,60.

Na comparação com maio de 2024, os dados revelam:

  • Queda de 77,1% na receita média diária;
  • Redução de 84,8% na quantidade média diária exportada;
  • Valorização de 50,3% no preço médio por tonelada.

A pressão sobre os preços do milho no mercado interno é reflexo direto da boa oferta por parte dos produtores, que enxergam um cenário positivo para a colheita da safrinha. Ao mesmo tempo, a cautela dos compradores e o enfraquecimento nas exportações mantêm o mercado sob pressão.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio