Paraná decreta emergência por estiagem e adota medidas para agilizar ações de enfrentamento

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou, nesta quinta-feira (22), o Decreto nº 10.047/2025, que declara situação de emergência em todo o Paraná por causa da estiagem que se arrasta desde dezembro de 2024. A medida tem caráter preventivo e permite que o Estado atue com mais agilidade em ações emergenciais, reabilitação e reconstrução das áreas afetadas, sem a necessidade de licitação, desde que os serviços sejam concluídos em até 180 dias.

Mobilização dos órgãos públicos sob coordenação da Defesa Civil

Com o decreto, todos os órgãos do governo estadual estão mobilizados sob a liderança da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil para executar ações imediatas diante da crise hídrica. O objetivo é mitigar os impactos da seca que já afeta o abastecimento de água e a produção agrícola, sobretudo nas regiões Centro, Sudoeste e Oeste do Paraná.

Estiagem se agrava apesar de chuvas pontuais

Embora algumas regiões tenham registrado chuvas entre os dias 21 e 22 de maio, a situação permanece crítica. Desde o fim de 2024, o Paraná enfrenta chuvas abaixo da média e níveis decrescentes nos reservatórios. De acordo com o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schünig, o decreto é uma ação proativa e preventiva do governo.

“Temos um cenário de poucas chuvas até setembro ou outubro. Esse decreto vai permitir a abertura de processos que facilitam a vida de agricultores e da população urbana”, afirmou Schünig.

Facilidade para acesso a recursos e medidas emergenciais

O decreto também amplia o acesso a financiamentos de safra, liberação do FGTS, fornecimento de equipamentos e materiais, além de permitir aplicação mais ágil de recursos financeiros pelos municípios para enfrentar a estiagem.

Monitoramento climático confirma cenário preocupante

A seca já vinha sendo monitorada desde o final de 2024. Em abril, o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Simepar, apontava aumento da seca moderada no Sudoeste e extremo Oeste.

Segundo o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, as chuvas têm sido irregulares e mal distribuídas, sem influência de fenômenos climáticos como La Niña.

“Os efeitos são locais, tanto no Paraná quanto na América do Sul, e têm contribuído para esse quadro. A previsão para os próximos três meses é de chuvas abaixo da média histórica”, explicou.

Sanepar reforça alerta para uso racional da água

A Sanepar acompanha a situação dos mananciais e fez um alerta para o uso consciente da água. De acordo com Julio Cesar Gonchorosky, diretor de Meio Ambiente e Ação Social da companhia, os reservatórios que estavam cheios em fevereiro agora operam com 91% de capacidade, com tendência de queda para menos de 80% até setembro, devido ao clima mais seco típico do outono e inverno.

“Esse decreto serve como um sinal amarelo para a população: é hora de economizar água”, afirmou Gonchorosky.

Ações simples para economizar água

A Sanepar orienta que a água tratada seja priorizada para alimentação e higiene pessoal e recomenda medidas como:

  • Reduzir o tempo de banho;
  • Fechar a torneira ao escovar os dentes ou lavar a louça;
  • Reutilizar água da chuva para regar plantas ou lavar calçadas;
  • Tratar adequadamente a água da piscina;
  • Corrigir vazamentos imediatamente.

A empresa também destacou que já investiu R$ 2,5 bilhões em obras de captação, reserva e distribuição de água, mas reforça que a colaboração da população é essencial para enfrentar o período de estiagem.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio