Preço do arroz cai mais de 30% em Santa Catarina e segundo semestre apresenta desafios para o setor

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Queda expressiva no preço do arroz em Santa Catarina

O preço do arroz em Santa Catarina sofreu uma forte queda em abril. A saca de 50 quilos foi comercializada a R$ 73,11, o que representa uma redução de 30,38% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Epagri/Cepa. Essa desvalorização é consequência do aumento da oferta no Brasil e nos países do Mercosul, impulsionada por condições climáticas favoráveis, que geraram excedente no mercado interno e dificultam a recuperação dos preços.

Produtividade recorde na safra catarinense

Apesar da queda nos preços, o estado comemora um marco importante: a produtividade recorde estimada em 8,73 toneladas por hectare na safra de 2024. Esse resultado positivo é atribuído ao uso de cultivares de alto potencial produtivo, melhorias no manejo agrícola e à regularidade do clima durante o ciclo de produção.

Exportações catarinenses registram queda no primeiro quadrimestre

No mercado externo, Santa Catarina também enfrenta desafios. De janeiro a abril de 2025, as exportações de arroz totalizaram US$ 733,99 mil, uma queda de 44% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os principais destinos das exportações foram Trinidad e Tobago, Cuba e Senegal. A perda de competitividade diante de países vizinhos com custos de produção mais baixos tem dificultado o escoamento da produção brasileira.

Perspectivas para o segundo semestre: pressão nos preços mesmo na entressafra

Glaucia Padrão, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), destaca que o segundo semestre deve manter a pressão sobre os preços, mesmo durante o período tradicional de entressafra, que normalmente favorece a valorização. Segundo ela, a elevada oferta interna e a produção competitiva do Mercosul são fatores que mantêm a tendência de baixa.

Oportunidades no mercado internacional

Apesar do cenário desafiador no mercado interno, a analista aponta que o contexto internacional pode gerar oportunidades pontuais para o arroz brasileiro no segundo semestre. Problemas climáticos, como o excesso de chuvas nos Estados Unidos, podem reduzir a oferta daquele país, abrindo espaço para o Brasil em mercados tradicionais norte-americanos. No entanto, a maior competitividade dos países do Mercosul, com custos mais baixos, dificulta a inserção do arroz brasileiro em novos mercados.

Impactos da crise entre Índia e Paquistão

Outro fator que pode beneficiar o Brasil são os efeitos da crise entre Índia e Paquistão, grandes exportadores mundiais de arroz. Essa situação pode favorecer o Brasil, principalmente nos mercados da Europa e da África, embora as perspectivas gerais para o segundo semestre apontem para estabilidade nos preços, com oscilações sazonais.

Recomendações para produtores catarinenses

Diante do cenário, Glaucia reforça que os produtores de Santa Catarina precisam estar atentos e adotar uma gestão estratégica na comercialização do arroz. “Não se prevê grandes mudanças nos preços, apenas a manutenção das oscilações típicas da entressafra, com possibilidade de algum suporte caso as oportunidades externas se concretizem,” conclui.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio