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Preços do Trigo no Brasil: Análise por Estado e Expectativas para o Mercado

O mercado de trigo no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, atravessa momentos distintos, com disparidades significativas nas condições de mercado e nos preços pagos aos produtores. O Paraná se destaca positivamente, enquanto o Rio Grande do Sul e Santa Catarina enfrentam desafios. A seguir, detalhamos os principais cenários de cada estado, com base nas informações mais recentes.

Paraná: Cenário Favorável para o Mercado de Trigo

No Paraná, o cenário é mais otimista. O estado mantém o melhor aproveitamento da capacidade instalada de moagem, com uma utilização de 87,2%. A boa qualidade do trigo produzido, associada à localização estratégica do estado, favorece a operação dos moinhos. Como resultado, os preços permanecem firmes, com compradores oferecendo R$ 1.600,00 por tonelada para entrega imediata, enquanto os vendedores pedem valores entre R$ 1.600,00 e R$ 1.650,00 FOB. Na pedra, o preço médio da semana foi de R$ 80,16 por saca, proporcionando aos produtores um lucro médio de 8,85%, embora tenha ocorrido uma leve queda em comparação com a semana anterior.

Ainda que o mercado do Paraná seja mais favorável, a nova safra ainda não registra ofertas consistentes, com compradores sinalizando preços entre R$ 1.450,00 e R$ 1.500,00 CIF moinho. Esse cenário pode ser um reflexo da expectativa de uma safra robusta, mas com a cautela dos moinhos diante das flutuações do mercado.

Rio Grande do Sul: Preços Sob Pressão

O Rio Grande do Sul, por sua vez, enfrenta um panorama mais desafiador. A demanda enfraquecida por farinha tem impactado diretamente os moinhos, que operam com baixa capacidade. O estado utilizou apenas 70,2% de sua capacidade instalada de moagem em 2024, o que corresponde a 1,25 milhão de toneladas processadas das 1,78 milhão de toneladas disponíveis.

Embora a moagem tenha apresentado crescimento em algumas áreas, esse movimento está restrito aos grandes moinhos, que absorvem os prejuízos em seus balanços. Já os moinhos de médio porte, que representam a maior parte do setor, estão optando por reduzir a produção. Recentemente, os produtores venderam grandes volumes às cooperativas, que agora tentam repassar o trigo para os moinhos. Como resultado, o mercado está sob pressão, com negócios pontuais fechando em torno de R$ 1.400,00 por tonelada, enquanto ofertas chegam a R$ 1.390,00 para trigo PH 76.

O mercado futuro também não apresenta grande otimismo, com os preços permanecendo em R$ 1.340,00 por tonelada sobre rodas no porto, mas com os moinhos evitando negociações.

Santa Catarina: Desafios para os Moinhos Locais

Santa Catarina, que também apresenta dificuldades semelhantes às do Rio Grande do Sul, utilizou apenas 65,7% de sua capacidade instalada de moagem em 2024. Isso equivale a 409,95 mil toneladas das 624,3 mil disponíveis. A concorrência com grandes grupos tem dificultado a operação dos moinhos locais, o que reflete na estabilidade dos preços pagos aos triticultores. Os valores permanecem constantes em diferentes cidades do estado, com os seguintes preços médios:

  • Canoinhas: R$ 78,00
  • Chapecó: R$ 75,00
  • Joaçaba: R$ 79,00
  • Rio do Sul: R$ 80,00
  • Xanxerê: R$ 79,00

Embora os preços se mantenham estáveis, o cenário competitivo e as dificuldades de operação nos moinhos locais indicam que o mercado catarinense ainda enfrenta desafios importantes.

Expectativas para o Mercado de Trigo

Em um panorama geral, a produção de trigo no Brasil continua a ser impactada por uma série de fatores, como a capacidade de moagem, a concorrência interna e a qualidade do produto. O Paraná é a exceção, apresentando um mercado robusto e preços firmes, ao contrário de seus vizinhos no Sul, onde as dificuldades para os moinhos e a pressão sobre os preços refletem um cenário de instabilidade.

Para os próximos meses, espera-se que o Paraná mantenha sua vantagem, enquanto o Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem continuar enfrentando desafios para equilibrar a oferta e a demanda, com o foco nos custos de produção e na eficiência operacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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