Crescimento expressivo da produção e da área plantada
A produção de amendoim no Brasil mais do que dobrou nos últimos dez anos, consolidando-se como uma das culturas em ascensão no país. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita nacional passou de 347 mil toneladas na safra 2014/15 para 734 mil toneladas em 2023/24 — ano marcado, inclusive, por uma quebra de safra. Para 2024/25, a expectativa é ainda mais promissora: a produção deve alcançar 1,18 milhão de toneladas, um avanço de 60,3% em relação ao ciclo anterior, impulsionado pela ampliação da área cultivada em 10% e pela previsão de aumento de 47% na produtividade.
Importância agronômica e econômica do amendoim
Quarta oleaginosa mais cultivada do mundo, o amendoim tem ganhado relevância no Brasil tanto pela sua viabilidade econômica quanto pelos benefícios agronômicos. Rico em proteínas e vitaminas, o grão apresenta boa rentabilidade e ainda contribui para o controle de nematoides, sendo amplamente adotado como cultura de rotação nas áreas de renovação de canaviais — especialmente no estado de São Paulo, onde as condições climáticas, o solo fértil e a estrutura logística favorecem o cultivo.
Alternativa à soja em regiões desafiadoras
No Mato Grosso do Sul, o amendoim surge como uma alternativa viável à soja, que vem enfrentando dificuldades devido a fatores climáticos, sobretudo em áreas com solos arenosos. Sua rusticidade e adaptabilidade conferem à cultura uma vantagem competitiva em ambientes menos favoráveis, ampliando seu potencial de expansão.
Retomada de protagonismo no cenário agrícola nacional
Embora o amendoim tenha tido destaque histórico até a década de 1980, perdeu espaço com o avanço da soja. No entanto, nos últimos anos, tem retomado protagonismo no campo como uma alternativa rentável e estratégica. O retorno da cultura reflete um movimento crescente de diversificação e busca por soluções sustentáveis dentro das propriedades rurais.
Exportação lidera o destino da produção
Apesar do aumento no consumo interno, aproximadamente 75% da produção brasileira de amendoim é destinada à exportação, especialmente na forma de grãos e óleo. Atualmente, o Brasil é o segundo maior exportador mundial de óleo de amendoim, atrás apenas da Índia. Estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam, porém, que o país poderá assumir a liderança global nas exportações do produto em 2025. Além disso, o Brasil também tem ampliado sua participação na exportação de grãos in natura.
Perspectivas de mercado e desafios no comércio internacional
Mesmo com o cenário positivo para a produção, as previsões do Itaú BBA apontam para uma possível queda nos preços internacionais de exportação em 2025. Essa tendência se deve às boas colheitas registradas na China, nos Estados Unidos e na Índia. A Argentina, outro grande player global, também deve contribuir para o aumento dos estoques mundiais com uma área plantada recorde nesta temporada, o que pode pressionar o mercado internacional e afetar a rentabilidade do produtor brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio