Raiva dos herbívoros acende alerta sanitário na divisa entre GO, MG e MS

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A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) emitiu um alerta sanitário a produtores do sudoeste goiano após a confirmação de dois casos de raiva dos herbívoros em Carneirinho, município de Minas Gerais que faz divisa direta com Goiás e Mato Grosso do Sul. Os registros da doença em uma vaca e uma ovelha reacenderam a preocupação com a possibilidade de disseminação do vírus por morcegos hematófagos na região fronteiriça, que abriga intensa atividade agropecuária.

A localidade mineira está situada às margens do Rio Paranaíba, a apenas 16 quilômetros de propriedades rurais goianas nos municípios de Itajá e Itarumã. Por conta da proximidade geográfica e do risco sanitário envolvido, a Agrodefesa atua em conjunto com as agências de defesa de Minas Gerais (IMA) e Mato Grosso do Sul (Iagro), promovendo ações coordenadas de monitoramento, prevenção e orientação aos pecuaristas locais.

Equipes das três agências realizaram uma transmissão conjunta ao vivo com informações técnicas sobre sintomas, medidas de controle e importância da vacinação. A principal preocupação é com a circulação do morcego Desmodus rotundus, principal transmissor do vírus da raiva entre herbívoros.

Segundo a Agrodefesa, já foram iniciadas ações de campo em áreas próximas ao Rio Paranaíba, com destaque para povoados como Olaria da Fumaça (em Itajá), onde há relatos de abrigos de morcegos. A captura desses animais e o controle populacional com uso de pasta anticoagulante fazem parte da estratégia prevista no Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH).

A orientação é para que produtores rurais comuniquem imediatamente qualquer suspeita da doença em animais ou presença de colônias de morcegos em locais como casas abandonadas, cisternas, cavernas e pontes. Tentar dispersar esses animais por conta própria pode espalhar ainda mais a população e dificultar o controle.

A vacinação anual continua sendo a medida mais eficaz contra a raiva e é obrigatória nos 119 municípios de Goiás considerados de alto risco. A atual etapa da campanha vai até 15 de junho. A Agrodefesa reforça que notificar suspeitas não gera punição ao produtor, mas permite ação rápida das autoridades, protegendo o rebanho e a saúde humana, já que a raiva é uma zoonose com alta letalidade.

Produtores que identificarem sintomas clínicos nos animais — como salivação excessiva, andar cambaleante, paralisia ou isolamento — devem procurar imediatamente a unidade local da Agrodefesa ou acionar o telefone 0800 646 1122.

Fonte: Pensar Agro