Sanidade avícola e vacinação preventiva: desafio da doença de Newcastle nas exportações de ovos do Brasil

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O Brasil tem se destacado como fornecedor confiável de ovos para o mercado internacional. Em março, as exportações para os Estados Unidos atingiram 2.705 toneladas — um aumento histórico de 346,4% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado pela crise da gripe aviária local. No entanto, a presença da doença de Newcastle no país impõe restrições importantes, especialmente para o acesso a mercados de alto valor, como ovos para consumo direto e ovos líquidos pasteurizados.

Doença de Newcastle: impacto e desafios para o setor

A doença de Newcastle é causada por um vírus altamente contagioso da família Paramyxoviridae, que afeta o sistema respiratório, digestivo e nervoso das aves. Os sintomas incluem tosse, espirros, torcicolo, paralisias, diarreia, queda na produção de ovos e alta mortalidade em casos graves.

Mesmo sem surtos recentes, a presença do vírus no Brasil gera barreiras comerciais, afetando a competitividade do setor avícola. Países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e União Europeia aplicam restrições rigorosas à importação de ovos e derivados oriundos de regiões com histórico da doença.

Vigilância e notificação obrigatórias

Em caso de suspeita ou confirmação da doença, a notificação imediata ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) é obrigatória. A enfermidade integra o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que coordena o monitoramento e define normas de biosseguridade para o setor.

Vacinação: principal ferramenta contra a doença

A imunização das aves é o método mais eficaz para controlar a doença de Newcastle. Conforme a Instrução Normativa MAPA nº 56/07, a vacinação é obrigatória para aves de ciclo longo, como poedeiras e reprodutoras comerciais.

A empresa Zoetis oferece diversas vacinas para diferentes fases da produção avícola:

  • Poulvac® Procerta® HVT-ND: vacina vetorizada que protege contra as doenças de Marek e Newcastle, aplicada em pintinhos de um dia ou ovos embrionados.
  • Poulvac® NDW: vacina viva atenuada para frangos de corte, aplicada por pulverização, via ocular/nasal ou na água.
  • Poulvac® Maternavac® Ultra 5: vacina inativada para reprodutoras, aplicada entre 14 e 22 semanas.
  • Poulvac Mix 7: lançada recentemente, oferece proteção contra a doença de Newcastle e outras seis enfermidades, ampliando a cobertura imunológica do plantel.
Importância da imunização para o mercado internacional

Segundo Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis, a vacinação eficaz, aliada a protocolos rigorosos de biosseguridade e diagnóstico laboratorial, é fundamental para manter a produtividade das granjas e assegurar a confiança internacional no produto brasileiro.

Perspectivas para o setor avícola em 2025

Com a previsão de crescimento de 62% nas exportações de ovos em 2025, chegando a 30 mil toneladas, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o setor precisa intensificar a vigilância sanitária e os programas de imunização.

A sustentabilidade e o sucesso da avicultura brasileira dependem de um compromisso contínuo com a saúde das aves, garantindo produtividade e acesso seguro aos mercados globais.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio