Setor de trigo ainda sente impactos da última safra, mas Paraná já mostra recuperação

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De acordo com a consultoria TF Agroeconômica, a quebra na qualidade da safra de trigo passada provocou uma reação em cadeia no mercado. A produção de farinhas e biscoitos de baixa qualidade, rejeitados pelos consumidores, causou forte retração na demanda e nos preços. Inicialmente, os efeitos foram sentidos nas farinhas e, posteriormente, no trigo em si.

Importações se destacam em meio à perda de competitividade nacional

Enquanto a indústria nacional enfrentava queda na demanda, os importadores de farinha da Argentina e do Paraguai seguiram com vendas estáveis e boas margens de lucro. Esse cenário evidencia a perda de competitividade do trigo e derivados produzidos no Brasil.

Paraná supera dificuldades; Rio Grande do Sul ainda enfrenta pressão

No Paraná, o impacto da safra anterior já foi superado, com os preços do trigo ajustados à paridade de importação. Já no Rio Grande do Sul, a situação permanece delicada, com cerca de 400 mil toneladas de trigo estocadas à espera de escoamento. A expectativa é que esse volume seja absorvido até julho, com a maior demanda por farinha durante o inverno.

Alta nos preços pode ocorrer após eliminação de estoques

A TF Agroeconômica projeta uma retomada nos preços do trigo após o escoamento dos estoques no Sul. Dois fatores principais devem impulsionar essa alta: o trigo importado custa cerca de R$ 200 por tonelada a mais que o nacional, e há uma perspectiva de menor oferta na próxima safra.

Estimativas de produção preocupam o mercado

Embora a Conab tenha revisado para baixo a estimativa de produção para a temporada 2024/25, a análise de mercado considera o número ainda otimista. A baixa comercialização de sementes certificadas e fertilizantes no Rio Grande do Sul — com exceção da ureia — indica uma provável redução significativa na produção. Com isso, a tendência é de que os preços futuros do trigo sejam superiores aos atuais.

Consultoria alerta para importância da profissionalização na comercialização

Diante desse cenário, a TF Agroeconômica orienta produtores e moinhos a se prepararem melhor para aproveitar as oportunidades do mercado. Segundo a consultoria, os momentos mais lucrativos da safra atual já passaram, e a profissionalização na comercialização será decisiva para garantir bons resultados no futuro. Como exemplo, a consultoria cita produtores que venderam trigo por R$ 99,61 a saca, enquanto outros estão obtendo apenas R$ 73,54 — uma diferença de R$ 26,07 por saca.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio