Algodão volta ao protagonismo no Paraná com aumento da produção e boas perspectivas para 2025

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O algodão volta a ganhar espaço entre os produtores paranaenses, impulsionado por mudanças climáticas, oscilação nos preços de outras commodities e pelas características favoráveis da cultura ao solo e clima da região. A avaliação é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná, que vê na cultura uma alternativa viável e promissora para os próximos anos.

Paraná já foi líder nacional na produção de algodão

Nos anos 1990, o estado chegou a liderar a produção nacional da fibra, com mais de 700 mil hectares cultivados. Embora hoje a área plantada tenha sido drasticamente reduzida, o algodão volta a ser cogitado como opção estratégica para o setor agrícola local. Um dos principais atrativos é a resistência da cultura à seca e a demanda por longos períodos de sol, características climáticas do Noroeste paranaense, região semelhante ao Cerrado brasileiro — atual epicentro da cotonicultura nacional.

Solo fértil e menor custo com adubação favorecem o cultivo

Outro diferencial do Paraná está na fertilidade natural do solo, que, segundo técnicos da Secretaria da Agricultura, pode permitir uma redução de até 50% na adubação em comparação com áreas como o Cerrado. Além disso, o algodão colabora com a conservação do solo, tornando-se uma alternativa interessante para evitar o cultivo de uma segunda safra e, assim, reduzir o desgaste do terreno.

Demanda interna impulsiona retomada da cultura

De acordo com a Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), o Paraná precisaria de aproximadamente 50 mil hectares de algodão cultivado para suprir a demanda de seu parque têxtil. Atualmente, a maior parte da matéria-prima consumida localmente vem do Cerrado. O estado abriga pelo menos dez fiações e sete tecelagens que dependem diretamente da fibra.

Em levantamento realizado em 2014, o consumo estimado era de cerca de 60 mil toneladas de pluma por ano. A Acopar acredita em uma retomada gradual da cultura e demonstra otimismo com os avanços já registrados.

Sertaneja lidera produção e registra forte crescimento em 2024

Três municípios paranaenses apresentaram produção comercial de algodão registrada no Valor Bruto da Produção (VBP) em 2024. Sertaneja, no Norte do estado, se destacou como principal produtor:

  • Área plantada: de 124 hectares em 2023 para 520 hectares em 2024
  • Produção: de 601 para 2.095 toneladas
  • VBP: crescimento de R$ 8,8 milhões para R$ 18,3 milhões, alta de 107%

Com base nesse desempenho, a expectativa da Acopar é de que a área cultivada com algodão no Paraná atinja 1,5 mil hectares em 2025, consolidando o avanço da cultura no estado.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio