Biodiesel vai a 15% em agosto e deve puxar demanda por soja

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A partir de 1º de agosto de 2025, o diesel vendido no Brasil terá 15% de biodiesel na mistura — o chamado B15. A medida, confirmada pelo governo federal, valerá até fevereiro de 2026. Em março, a previsão é de que o índice suba para 16%, como já está previsto na lei que trata do programa Combustível do Futuro.

Com esse aumento, o país deve consumir até 11,3 bilhões de litros de biodiesel em 2025 — um salto em relação aos atuais 9,8 bilhões. Isso é importante por vários motivos: menos poluição no transporte, mais segurança energética para o Brasil e, principalmente, mais oportunidade para o produtor rural, que fornece a matéria-prima usada no biodiesel, como a soja.

Segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), o novo percentual vai exigir mais óleo de soja. A expectativa é de que o consumo chegue a 7,5 mil toneladas por ano, acima das 7 mil toneladas da mistura anterior (B14). Isso pode puxar o preço do óleo e ajudar a dar mais valor à produção nacional.

Além do impacto direto na soja, o aumento da mistura abre espaço para o crescimento de outras culturas oleaginosas, que podem ser plantadas na segunda safra, ainda pouco explorada com esse fim. Isso pode ajudar o produtor a diversificar suas lavouras, melhorar o uso do solo e até garantir mais estabilidade na renda.

Também entra em cena a produção de novos biocombustíveis, como o SAF, voltado para a aviação, e o HVO, que pode substituir o diesel comum em caminhões e tratores. Tudo isso faz parte da estratégia do Brasil para reduzir a emissão de gases poluentes e tornar o agro mais sustentável e competitivo.

Para quem está no campo, a mensagem é clara: o biodiesel veio para ficar e vai crescer ainda mais. Isso pode significar mais demanda pela soja brasileira, novas oportunidades de cultivo e melhor aproveitamento da propriedade. O setor de biocombustíveis está se tornando uma fonte confiável de consumo e renda, com perspectiva de longo prazo.

Agora é o momento de acompanhar de perto essas mudanças, entender como elas podem impactar a sua produção e buscar apoio técnico para planejar a próxima safra com base nas novas demandas do mercado.

Fonte: Pensar Agro