Brasil antecipa adubos e fecha maior compra já registrada até maio

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O Brasil registrou um volume histórico de importações de fertilizantes entre janeiro e maio, com destaque para o aumento no uso de fontes alternativas de fósforo. No total, foram cerca de 15,2 milhões de toneladas desembarcadas no período, o maior volume já visto para esses meses, de acordo com relatório da empresa Rabobank, divulgado nesta quarta-feira (25.06).

O dado reforça o preparo do setor para a próxima safra, mesmo diante de cenários que exigem atenção. O ponto de alerta está nos custos ligados ao fósforo, influenciados por movimentos do mercado internacional — principalmente pela redução da oferta global, puxada pela menor presença da China nas exportações. Ainda assim, o Brasil segue abastecido e atento às oportunidades de ajustes na estratégia de compra.

Com a variação nos preços do MAP (fosfato monoamônico), que teve uma queda de 14% nas importações em relação à média dos últimos cinco anos, os produtores vêm recorrendo a outras opções. O uso do Super Simples (SSP) e do Super Triplo (TSP) cresceu significativamente — 112% e 84%, respectivamente. São alternativas eficientes e com boa aceitação no manejo, reforçando a capacidade de adaptação do agricultor brasileiro.

Além disso, quando considerado o volume total de fósforo importado com base no teor de P₂O₅ (óxido de fósforo), o acumulado até maio já supera tanto o total importado em 2024 quanto a média dos últimos cinco anos.

Boa parte dos insumos está ligada ao cultivo do milho safrinha, que segue como grande demandante de adubação. As entregas ao consumidor final somaram 9,4 milhões de toneladas até março, e a estimativa é que, até o fim do ano, o total supere 46 milhões de toneladas em entregas, consolidando um ritmo acelerado de movimentação.

O relatório do Rabobank também aponta que a demanda global continua aquecida, especialmente por parte da Índia, que mantém grandes compras de ureia e fósforo, com apoio direto do governo local. Isso ajuda a manter o mercado aquecido, embora possa, em momentos pontuais, reforçar a pressão sobre os preços internacionais.

A ureia, em particular, tem oscilado por conta dos conflitos no Oriente Médio, mas o banco avalia que só haverá impacto direto no Brasil se o cenário se prolongar. Outro fator que deve influenciar o ritmo de compras e aplicações no segundo semestre é o Plano Safra, cuja definição será essencial para ampliar o acesso ao crédito. A expectativa é de que os recursos contemplem o aumento da demanda por insumos, dando suporte à produção e garantindo previsibilidade ao produtor.

O QUE É – O Rabobank é um grupo financeiro holandês com raízes cooperativas, fundado por agricultores na década de 1890. Hoje, é um líder global em serviços financeiros para o setor de alimentos e agronegócio. A empresa atua em 38 países, com mais de 43 mil funcionários, e oferece uma ampla gama de produtos financeiros tanto para clientes individuais quanto para empresas

Fonte: Pensar Agro