Confinamento de bovinos projeta alta rentabilidade em 2025 e atinge 8,5 milhões de cabeças no Brasil

0
13
Ciclo pecuário favorece confinamento em 2025

O setor de confinamento de bovinos no Brasil vive um momento de otimismo. Segundo o Censo de Confinamento 2025, divulgado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a DSM/Tortuga, o número de cabeças confinadas no país alcançou a marca de 8,53 milhões — aumento expressivo em relação aos anos anteriores.

Esse avanço é resultado da chamada “Primavera do Ciclo Pecuário”, uma fase favorável de mercado que impulsiona o volume de animais confinados e melhora a rentabilidade da atividade.

Desafios e custos em 2024: milho barato e boi magro como vilão

Os resultados do Tour de Confinamento 2024 indicaram que os custos com boi magro representaram até 79,1% do custo operacional efetivo (COE), enquanto os valores da dieta animal variaram de R$ 9,53 a R$ 18,60 por dia, representando de 20,9% a 44,3% do COE. Apesar disso, o milho apresentou valores mais baixos no primeiro semestre, contribuindo para uma dieta mais acessível.

Rentabilidade: ROI médio supera 15% em 2024

Mesmo com os altos custos de reposição, a rentabilidade média do confinamento em 2024 foi positiva, com Retorno sobre o Investimento (ROI) médio de 15,18%, segundo o Cepea. Em algumas regiões, esse retorno chegou a 26,2%.

As variações entre o ponto de equilíbrio e o preço de venda do boi gordo, que chegou a R$ 321,70 por arroba, também contribuíram para os bons resultados. O preço médio de venda variou entre R$ 220,50 e R$ 321,70, enquanto o ponto de equilíbrio oscilou de R$ 202,30 a R$ 268,00 por arroba.

Projeção para 2025 indica cenário ainda mais promissor

Com base nos dados zootécnicos e financeiros do Cepea e da B3, a expectativa para o confinamento em 2025 é de ainda maior rentabilidade. A projeção indica um ROI de 17,91% no ano e retorno mensal de 5,14%, com preço futuro da arroba do boi gordo em R$ 350,00 e diária de alimentação a R$ 17,87.

Concentração do mercado e crescimento do boitel

De acordo com o Censo de Confinamento, as 100 maiores propriedades de confinamento representam 48% do total de cabeças confinadas no país. Além disso, há uma retomada da terceirização da engorda via boitel, tendência que segue se consolidando como alternativa viável e eficiente para pecuaristas.

Desempenho técnico e sanitário impulsionam o setor

Os dados do Benchmarking Tortuga 2024 com 1,39 milhão de animais demonstram melhorias significativas nos índices de produtividade e saúde animal. A linha Prime de nutrição permitiu ganhos de até 17 kg de carcaça em 100 dias e um adicional de R$ 163 de lucro por boi, em comparação com sistemas convencionais.

Taxas de refugo e mortalidade também foram menores com o uso da linha Prime 5.0, reforçando os benefícios do investimento em tecnologia e gestão sanitária.

Conclusão: consolidação do confinamento como estratégia produtiva

Com base nas análises do Cepea, da DSM/Tortuga e do histórico da FarmTell, o confinamento no Brasil consolida-se como uma estratégia cada vez mais técnica e rentável. A expectativa é de que o segundo semestre de 2025 mantenha ocupações superiores às de 2024, reforçando o papel estratégico do confinamento na cadeia da carne bovina.

Fonte: Cepea/Esalq-USP, DSM/Tortuga, Censo de Confinamento 2025 e Tour de Confinamento 2024.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio