O agronegócio brasileiro voltou a mostrar força no primeiro trimestre de 2025, registrando crescimento de 12,2% em relação ao trimestre anterior, segundo dados do IBGE. Esse desempenho contribuiu para a alta de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no período. Na comparação anual, o PIB cresceu 2,9%, impulsionado pela supersafra de soja e avanços na produtividade do setor agropecuário.
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) ganham destaque no agro
Com o protagonismo do agronegócio, cresce o debate sobre como ampliar o financiamento ao setor e criar oportunidades para investidores. Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) têm se consolidado como uma solução eficiente, oferecendo crédito estruturado adaptado às características do campo.
FIDC: conexão entre produtores rurais e investidores
O mercado de FIDCs voltados para o agronegócio, especialmente na forma dos FIAGRO-FIDCs, tem registrado um crescimento acelerado. Dados da Anbima mostram que o patrimônio líquido dos FIAGROs cresceu 204% desde março de 2023, atingindo R$ 47,7 bilhões em 2025. Quase metade desse montante está investida em FIDCs, que compram direitos creditórios como duplicatas, contratos e recebíveis ligados à cadeia produtiva rural.
Vantagens para produtores e investidores
Segundo Marcelo Linhares, superintendente de Agro e Comércio Exterior da FlowInvest, os FIDCs oferecem ao produtor rural crédito mais flexível e adaptado ao ciclo produtivo. Para o investidor, são alternativas seguras, reguladas e com potencial de retorno superior à renda fixa tradicional.
Regulação e transparência fortalecem o mercado
Os FIDCs são supervisionados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que garante transparência e rigor na governança. A Resolução CVM 175, recentemente implementada, simplificou as normas dos fundos, proporcionando maior clareza sobre riscos e responsabilidades dos gestores.
Outras opções atraem investidores no agronegócio
Além dos FIDCs, instrumentos como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) — que têm isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas e cresceram 42% em emissões, somando R$ 156 bilhões —, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as CPRs-Verdes, voltadas à sustentabilidade, têm chamado a atenção dos investidores.
Tecnologia e inovação aproximam investidores do agro
Especialistas destacam que a tokenização de recebíveis, o avanço das plataformas digitais e o interesse por ativos ligados à economia real facilitam o acesso de investidores pessoa física ao agronegócio. “Hoje, é possível investir em estruturas robustas lastreadas no agro sem sair de casa, com diversificação e exposição a um dos setores mais resilientes da economia brasileira”, afirma Linhares.
Agro como ativo estratégico para investidores
Embora represente em média 6,5% do PIB nacional, o agronegócio tem sido responsável por grande parte do crescimento econômico recente, reforçando a atratividade dos fundos estruturados. Para os investidores, os FIDCs possibilitam a montagem de carteiras diversificadas, com ativos menos correlacionados à economia urbana e industrial.
Novo ciclo de financiamento para o agro
“O mercado de capitais está assumindo um papel estratégico no financiamento do agronegócio, iniciando um novo ciclo que deve fortalecer ainda mais o setor e abrir portas para investidores”, conclui Marcelo Linhares.
Com o agronegócio em alta e impulsionando o PIB, cresce o interesse pelos FIDCs como uma alternativa de crédito flexível para produtores rurais e oportunidade de investimento segura e atrativa para o mercado financeiro, com regulação e inovação tecnológica como pilares dessa expansão.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio