O mercado de biodiesel brasileiro começou 2025 com desempenho positivo, impulsionado pela obrigatoriedade da mistura B14 — 14% de biodiesel adicionado ao diesel mineral — em vigor desde janeiro.
Segundo relatório da consultoria financeira StoneX, março registrou vendas de 773 mil metros cúbicos (m³) de biodiesel, representando uma alta de 6,9% em relação ao mesmo mês de 2024 — quando a mistura B14 ainda não estava plenamente implantada.
Já em abril, houve uma leve retração nas vendas, que somaram 768 mil m³, queda de 3,9% na comparação anual, indicando um início de desaceleração na demanda.
Acumulado do ano registra crescimento de 7%
Mesmo com a oscilação mensal, o acumulado entre janeiro e abril aponta um total de 2,97 milhões de m³ vendidos, crescimento de 7% em relação ao mesmo período de 2024. Vale lembrar que, nos dois primeiros meses do ano passado, a mistura obrigatória ainda era de 12% (B12), o que contribui para o desempenho mais forte neste ano.
Diante desse cenário, a previsão anual da StoneX para a demanda total de biodiesel foi mantida em 9,6 milhões de m³, o que representa uma alta de 5,9% frente ao volume de 2024.
Uso de óleo de soja na produção de biodiesel aumenta 7,5%
O óleo de soja continua sendo a principal matéria-prima do biodiesel no Brasil. De acordo com a StoneX, o consumo do insumo no primeiro quadrimestre de 2025 atingiu 2,34 milhões de toneladas, volume 7,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior.
Esse avanço reflete a safra recorde de soja e as expectativas positivas para o esmagamento de grãos, o que tende a ampliar ainda mais a participação do óleo de soja na produção de biodiesel ao longo do ano.
A StoneX destaca que, embora a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tenha revisado para baixo os números de uso de óleo de soja em 2024 — de 7,7 para 7,2 milhões de toneladas —, a projeção de consumo para 2025 foi mantida em 7,8 milhões de toneladas, o que agora representa uma alta de 7,9% frente ao ano anterior, superando a estimativa inicial de 1,9%.
Exportações de óleo de soja disparam no início de 2025
Outro ponto de destaque foi o crescimento das exportações de óleo de soja. Até maio, os embarques somaram 658,7 mil toneladas, o que representa um avanço de 29,5% em comparação com as 508,7 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2024.
Esse crescimento foi impulsionado pelo ritmo mais intenso do esmagamento de soja. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a atividade cresceu 3,2% nos quatro primeiros meses do ano, com a produção de óleo subindo 3,7%, totalizando 3,67 milhões de toneladas.
Esse cenário — combinado ao aumento da produção também na Argentina — tem contribuído para manter os preços do óleo de soja sob controle, mesmo diante de uma demanda aquecida.
Tendência para o segundo semestre: pressão nos preços
Para o segundo semestre de 2025, a StoneX projeta um estreitamento no balanço entre oferta e demanda, o que pode pressionar os preços tanto do óleo de soja quanto do biodiesel.
“A perspectiva é de que os preços encontrem mais suporte no segundo semestre, com o mercado respondendo ao cenário de oferta mais ajustada e demanda consistente”, conclui Leonardo Rossetti, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio