Exportações aquecidas e oferta mais enxuta sustentam otimismo para o boi gordo no segundo semestre

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As exportações brasileiras de carne bovina seguem em ritmo forte em 2025, com recordes de volume e receita impulsionando o mercado. De janeiro a maio, o país embarcou 1,2 milhão de toneladas, alta de 11% frente ao mesmo período de 2024, enquanto a receita subiu 22%, alcançando US$ 5,8 bilhões. Os dados são do Rabobank, divulgados no boletim Agroinfo – 2º trimestre de 2025.

Segundo o banco, até a primeira quinzena de junho, os embarques mantiveram ritmo acelerado, com média diária 22% superior à de 2024. Os preços médios também subiram 21%, chegando a US$ 5.411 por tonelada, o que reforça o aquecimento da demanda internacional.

China, EUA e Chile lideram compras

A China permanece como principal destino, responsável por 42% das exportações no ano, com crescimento de 5% sobre o ano anterior. Os Estados Unidos, em segundo lugar, registraram aumento expressivo: em abril, o país importou volume recorde de 48 mil toneladas, totalizando alta de 151% no acumulado anual e elevando sua participação para 14%. O Chile, terceiro maior comprador, ampliou suas aquisições em 28%, totalizando 49 mil toneladas — ou 4% das exportações totais.

Oferta desacelera, mas ainda é puxada por fêmeas

Do lado da oferta, os dados do IBGE para o primeiro trimestre de 2025 mostram aumento na produção de carne bovina, principalmente com o crescimento de 6,5% nos abates de vacas. Categorias mais jovens também contribuíram: o abate de novilhas subiu 17% e o de novilhos, 7%. Em contrapartida, a oferta de machos caiu 3%, o que compensou parcialmente o aumento.

Os dados preliminares de abates sob Inspeção Federal (SIF) de março e abril indicam estabilidade, com variação positiva de apenas 0,05% em relação ao mesmo período de 2024.

Expectativa de recuperação nos preços do boi gordo

A combinação entre oferta mais contida de animais prontos para abate — especialmente os criados a pasto — e uma demanda firme tanto no mercado interno quanto externo deve provocar uma recuperação dos preços do boi gordo a partir do terceiro trimestre.

Além disso, a recente queda no preço do milho, que melhora a margem de confinamento, deve incentivar produtores a manter ou aumentar o volume de animais confinados, ainda que a oferta de gado para engorda esteja mais restrita. Essa dinâmica tende a elevar os preços da arroba na segunda metade do ano, mesmo diante da maior competitividade das carnes de frango e suína.

Gripe aviária: impacto reduzido e retomada das exportações

Outro fator relevante é a retomada do status sanitário do Brasil como país livre da gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP), reconhecido em 19 de junho. Com isso, espera-se uma retomada gradual das exportações de frango, o que pode aliviar a pressão sobre a carne bovina e favorecer ainda mais sua valorização.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio