Fertilizantes mais caros devem encarecer a próxima safra de soja

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A saúde financeira do produtor brasileiro segue sob pressão: margens estreitas, endividamento alto e crédito mais restrito formam um cenário desafiador para planejar o plantio 2025/26. Nesse contexto, os fertilizantes voltaram a pesar no bolso — especialmente os fosfatados — e devem elevar de forma significativa o custo de produção da próxima safra de grãos, com destaque para a soja.

Oferta limitada, demanda aquecida

Segundo o Rabobank, a disparada nos preços está ligada sobretudo à combinação de oferta global restrita e demanda firme. A ausência da China no mercado internacional reduziu a disponibilidade de fósforo, enquanto grandes compradores como Brasil e Índia seguem ativos. No caso indiano, licitações governamentais continuam garantindo volumes elevados de ureia e fosfato, sustentando a liquidez e os preços internacionais.

Importações brasileiras batem recorde

Mesmo com cotações mais salgadas, o Brasil importou 15,2 milhões de toneladas de fertilizantes entre janeiro e maio — o maior volume da série histórica para o período. O destaque foi o fósforo: as compras de MAP recuaram 14 % em relação à média dos últimos cinco anos, mas os fertilizantes alternativos dispararam — Super Simples (SSP) +112 % e Super Triplo (TSP) +84 %. Considerando apenas o nutriente P₂O₅, o país já trouxe, em cinco meses, quantidade superior ao total de 2024 e à média quinquenal.

Entregas ao campo devem superar 46 Mt

Do lado do consumo, a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) aponta 9,4 milhões de toneladas entregues ao produtor até março, impulsionadas sobretudo pelo milho safrinha. A equipe de pesquisa do Rabobank projeta que, até dezembro, as entregas ultrapassarão 46 milhões de toneladas, confirmando a movimentação robusta do mercado interno.

Riscos no radar: Oriente Médio e Plano Safra

A guerra entre Israel e Irã levou volatilidade aos preços internacionais da ureia; um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz, rota estratégica para derivados de gás natural, poderia acelerar ainda mais a alta. Internamente, a definição do novo Plano Safra ganhará importância adicional, pois o volume de crédito subsidiado será crucial para pequenos e médios produtores conseguirem custear insumos em um ambiente de margens comprimidas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio