Muitos setores da economia brasileira passam por uma série de imprevistos. Afinal de contas, essa parece ser, de fato, uma variável presente em qualquer nicho no universo do trabalho.
No entanto, na atividade agropecuária, dada sua magnitude e seu alcance em termos de compra e venda, importação e exportação, até mesmo no abastecimento do mercado interno, os riscos são inúmeros e, na maioria dos casos, imprevisíveis.
Quando o clima e o câmbio jogam contra
Estiagens prolongadas, geadas fora de época, ataques de pragas, oscilações cambiais de mercado e até mesmo falhas na geração e distribuição de energia. Considerando essa realidade, produtores do campo estão cada vez mais apostando em estratégias de gestão de risco, com a finalidade de garantir a continuidade do processo produtivo, a fim de evitar perdas financeiras.
Nesse contexto, a tecnologia pode ser fundamental. Durante o painel no Agro ao Cubo, evento realizado no dia 13 de agosto de 2024, o professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, disse a seguinte frase: “O Brasil provavelmente não vai liderar o mundo com suas fintechs. Mas pode sair na frente com o agro”. A frase parece certeira, e podemos mostrar o motivo.
Planejamento e dados: os novos tratos do campo
Quando se pensa na mitigação dos riscos associados ao setor, a primeira frente de ação dos agricultores ocorre, obviamente, via planejamento. A tecnologia, nesse emaranhado, é vital. Por exemplo, hoje, existem softwares capazes de facilitar a gestão agrícola, auxiliando na previsão de safras, no monitoramento do clima e no controle da fertilidade do solo.
Esse movimento permite que o produtor tome decisões com base em dados cada vez mais concretos. Existem, também, sensores que ajudam a acompanhar os níveis de umidade, temperatura e propagação de pragas. Estar um passo à frente é a melhor opção para agir com velocidade. Outra medida cada vez mais comum entre os produtores é a contratação de seguros agrícolas.
A proteção começa na semente
No Brasil, as apólices costumam cobrir desde intempéries climáticas até variações de produtividade. Portanto, funcionam como um tipo de suporte na recuperação financeira nos casos que ocorrem perdas severas. O preparo não fica somente na esfera dos objetos; na realidade, um dos movimentos que muitos agricultores buscam é adquirir sementes geneticamente modificadas, para serem mais resistentes às oscilações climáticas.
Todavia, é importante compreender que, por si só, a tecnologia não é o suficiente em casos que ocorre, por exemplo, ausência de energia elétrica. Em várias propriedades, especialmente aquelas que se encontram afastadas dos grandes centros urbanos, a instabilidade no fornecimento de energia pode comprometer a maior parte do processo produtivo.
Energia de reserva: o elo invisível da produtividade
De fato, os sistemas de irrigação automatizados, as ordenhadeiras mecânicas, as câmaras frias e os sensores conectados não podem parar – caso contrário, compromete-se todo o processo. Desse modo, um exemplo concreto para lidar com essa questão é a adoção de um gerador a gasolina como fonte de energia emergencial.
Tais dispositivos funcionam como um backup para manter as operações funcionando durante quedas de energia. Consequentemente, evita-se perder horas de trabalho e mercadorias.
No fim, considerando que os imprevistos constituem parte de uma realidade latente, construir estratégias eficientes é uma forma de prevenir perdas em um segmento tão importante para a economia nacional. Afinal de contas, o setor é responsável por uma quantidade significativa de geração de empregos, sendo responsável por mais de 30% deles. Daí a importância de traçar essas estratégias.
Fonte: Conversion News + Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio