IGP-M encerra junho com deflação de 1,67% e pressiona índices de preços no varejo e na construção

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Queda forte no índice da FGV

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 1,67% em junho, movimento bem mais intenso que a baixa de 0,49% observada em maio. Com o resultado, o indicador acumula variação de -0,94% no ano e alta de 4,39% em 12 meses. Em igual mês de 2024, o IGP-M havia subido 0,81%.

Fonte: FGV IBRE.

Análise – Para o economista Matheus Dias, do FGV IBRE, o avanço das safras elevou a oferta de alimentos, o que derrubou preços tanto ao produtor quanto ao consumidor. “No varejo, a queda mais disseminada nos itens in natura reforçou a desaceleração. Já na construção, os custos seguem pressionados pelos reajustes salariais recentes”, explica.

IPA amplia ritmo de queda
  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA): -2,53% em junho, após -0,82% em maio.
    • Bens Finais: de +0,61% para -0,54%.
    • Bens Finais (ex-alimentos in natura e combustíveis): de +0,79% para -0,10%.
    • Bens Intermediários: de -0,33% para -1,30%.
    • Bens Intermediários (ex-combustíveis e lubrificantes): de +0,19% para -1,25%.
  • Matérias-Primas Brutas: de -2,06% para -4,68%.

A forte queda no grupo de Matérias-Primas Brutas puxou todo o IPA para baixo, reforçando a deflação observada no IGP-M.

Fonte: FGV IBRE.

IPC perde força, puxado por alimentos

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,22% em junho, desacelerando ante os 0,37% de maio. Seis das oito classes de despesa registraram arrefecimento:

  • Alimentação: de +0,46% para -0,19%.
  • Saúde e Cuidados Pessoais: de +0,79% para +0,24%.
  • Despesas Diversas: de +0,82% para +0,06%.
  • Transportes: de +0,09% para +0,06%.
  • Habitação: de +0,71% para +0,67%.
  • Vestuário: de +0,47% para +0,43%.

Em sentido contrário, Educação, Leitura e Recreação (-0,60% para +0,39%) e Comunicação (-0,58% para +0,19%) aceleraram.

Fonte: FGV IBRE.

INCC acelera com pressão de mão de obra

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,96% em junho, depois de subir 0,26% em maio.

  • Materiais e Equipamentos: de -0,12% para +0,06%.
  • Serviços: de +0,40% para +0,74%.
  • Mão de Obra: de +0,72% para +2,12%.

A alta expressiva na mão de obra, reflexo de reajustes salariais, foi decisiva para o resultado.

Fonte: FGV IBRE.

Perspectivas

Com a colheita agrícola robusta e oferta maior de alimentos, a FGV vê espaço para novas pressões baixistas sobre preços ao produtor e ao consumidor nos próximos meses. Já na construção, os custos trabalhistas devem continuar no radar e podem limitar um arrefecimento mais acentuado do INCC.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio