Nove em cada 10 motoristas flagrados e multados com base na Lei Seca são homens.
É o que mostram dados da Secretaria Nacional de Trânsito, a Senatran.
Desde que entrou em vigor, há 17 anos recém-completos, a lei que penaliza a perigosa combinação entre álcool e direção já gerou 3,2 milhões de multas em todo o Brasil.
A maior parte foi por recusa ao bafômetro. Foram cerca de 2,1 milhões de autuações a motoristas que se negaram a realizar o teste, total que é 64% maior, inclusive, que o número de motoristas flagrados pelo exame, que somou um milhão, 180 mil no período analisado.
Nove em cada 10 deles, do sexo masculino e, na média, com 39 anos de idade.
Uma conta simples revela que, ao longo dos 5.844 dias de vigor da Lei Seca foram aplicadas, em média, 20 multas por hora – 12 pela recusa de fazer o bafômetro e 8 pelo crime de dirigir sob a influência de álcool ou outra substância psicoativa.
Os dados da Senatran mostram também que, dos 5.570 municípios brasileiros, 5.188 registraram ocorrências de infração da Lei Seca – o que equivale a 93 de cada 100 cidades brasileiras.
Estados do Sul e Sudeste são os que apresentam os maiores registros dessas infrações, o que, em partes, pode ser atribuído a uma fiscalização mais rígida e à maior densidade populacional e veicular nessas regiões.
Análise por unidade da federação mostra, ainda, que São Paulo é o estado onde mais há recusas em realizar o bafômetro: foram 696.378 registros do tipo no período.
Só para se ter uma ideia, o Distrito Federal e o Rio de Janeiro aparecem na sequência, com pouco mais de 160 mil e 150 mil recusas ao exame, respectivamente, nos 17 anos de Lei Seca, respectivamente.