O Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo) promoveu um webinar para debater os desafios logísticos enfrentados pelo setor trigueiro, com foco especial no impacto do frete marítimo. O evento reuniu especialistas da área que analisaram as variáveis que influenciam as taxas de transporte e os reflexos nos custos do trigo no Brasil.
Cenário do frete marítimo e volatilidade dos preços
O encontro foi moderado por Ricardo Rodrigues, coordenador de inteligência logística da Bunge, e contou com a participação de Samuel Barbosa, gerente sênior de fretamento marítimo da Clipper Bulk. Barbosa apresentou um panorama do mercado de frete marítimo, destacando fatores que influenciam diretamente nos preços, como a sazonalidade, a disponibilidade de embarcações, os custos com combustíveis e a infraestrutura dos portos.
Segundo ele, a volatilidade nas taxas de frete é uma das maiores preocupações do setor, agravada por eventos globais como secas que afetam canais de transporte, conflitos geopolíticos e mudanças no padrão de demanda.
Importância dos navios Handysize no abastecimento dos moinhos
Durante a apresentação, Samuel Barbosa destacou o papel estratégico dos navios do tipo Handysize, com capacidade entre 25 mil e 42 mil toneladas, na movimentação de cargas de trigo no Brasil. Segundo o especialista, essas embarcações são fundamentais para abastecer os moinhos, especialmente por sua capacidade de operar em portos com infraestrutura reduzida.
Além disso, ele chamou a atenção para a influência do calado dos portos e da eficiência nas operações de carga e descarga nos custos finais do frete.
Infraestrutura portuária e impacto nos custos
Outro ponto abordado no webinar foi a infraestrutura dos portos brasileiros. Como exemplo, Samuel comparou a eficiência do porto de Santos — com pranchas de descarga mais rápidas — com portos menores, como o de São Sebastião, cujo calado limitado reduz a capacidade de carga dos navios.
De acordo com uma simulação apresentada, a redução na prancha de descarga de 5 mil para 3 mil toneladas pode elevar em até 10% o custo do frete, com impacto direto no preço final do trigo.
Desafios logísticos e caminhos para maior competitividade
Ricardo Rodrigues reforçou a importância da logística como fator estratégico para a competitividade da indústria do trigo. Para ele, melhorar a infraestrutura portuária e otimizar os processos de embarque e desembarque são medidas essenciais para reduzir os custos e aumentar a eficiência no transporte.
Encerramento e posicionamento do Sindustrigo
O evento foi encerrado com a participação do vice-presidente do Sindustrigo, Christian Saigh, que destacou o papel da entidade em promover debates estratégicos. “Iniciativas como esse webinar são fundamentais para disseminar informações e buscar soluções que minimizem os custos logísticos e fortaleçam a indústria do trigo”, afirmou.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio