Logística interna ainda dita o ritmo da soja brasileira, enquanto Chicago oscila à espera de novo relatório do USDA

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A comercialização gaúcha migrou para o vencimento julho, com negócios a R$ 137,00 por saca para embarques entre 15 e 30/07, segundo a TF Agroeconômica. Quem puder esperar até agosto encontra prêmios melhores: R$ 140,00/saca para entrega ao longo do mês, com pagamento em 29/08. Nas indústrias, a referência ficou em R$ 132,00/saca em Cruz Alta, Passo Fundo, Ijuí e na região Santa Rosa/São Luiz. No mercado “pedra” de Panambi, o produtor recebeu R$ 119,00/saca.

Santa Catarina: safra colhida, vendas travadas

Com a colheita concluída, os catarinenses enfrentam lentidão nas vendas pela combinação de prêmios deprimidos e cotações em queda. A competição por armazéns — agora também demandados pela cevada de inverno — agrava a preocupação logística. No porto de São Francisco do Sul a soja recuou para R$ 134,71/saca (-0,57 %).

Paraná: lições colhidas e foco na safra 2025

O Paraná encerrou a temporada atual já planejando a próxima. No porto de Paranaguá, a cotação subiu levemente para R$ 133,35/saca (+0,28 %). Nas principais praças: Cascavel, R$ 117,95 (-0,99 %); Maringá, R$ 120,92 (+0,24 %); Ponta Grossa, R$ 122,04 (+1,11 %) e balcão local em R$ 130,00; Pato Branco, R$ 134,71 (+0,21 %).

Mato Grosso do Sul: bons volumes, estrangulamento logístico

O avanço da colheita pressiona estradas e armazéns sul-mato-grossenses. As cotações spot ficaram praticamente estáveis: R$ 118,24/saca em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia (-0,05 %); Chapadão do Sul marcou R$ 109,77 (-0,16 %).

Mato Grosso: superprodução aperta a armazenagem

No maior celeiro de grãos do país, a sobra de oferta desafia a infraestrutura. Os preços reagiram timidamente: Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis a R$ 113,09/saca (+0,34 %); Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso em R$ 108,82/saca (+1,54 %).

Chicago: leve respiro na sexta-feira volátil

Na manhã desta sexta (27/06), os futuros de soja subiam entre 2,75 e 4,25 centavos: julho a US$ 10,25/bushel e setembro a US$ 10,13/bushel. Traders aguardam novos catalisadores — em especial o relatório de área plantada que o USDA divulgará na próxima segunda-feira (30/06). Até lá, a cautela prevalece diante da volatilidade dos derivados e das incertezas geopolíticas.

Chicago na véspera: clima favorável derruba cotações

Na quinta (26/06), o viés foi oposto: julho fechou em US$ 10,2275/bushel (-0,24 %) e agosto em US$ 10,2775/bushel (-0,17 %). O farelo recuou 1,85 % para US$ 270,90/ton curta, enquanto o óleo subiu 1,35 % a US$ 52,52/lb-peso.

O clima úmido no Meio-Oeste dos EUA sustenta a perspectiva de safra cheia em 2024/25, e a demanda segue morna: a China ainda não entrou forte na nova safra americana — chegou a testar 30 mil t de farelo argentino, primeira compra desde 2019. O USDA reportou vendas semanais de 402,9 mil t da safra 24/25, dentro das expectativas, mas abaixo da semana anterior.

Prêmios firmes no Brasil mantêm foco da China

Com a oleaginosa norte-americana cara e sem bônus logísticos, as indústrias chinesas continuam priorizando o Brasil para cobrir o consumo de agosto e setembro. A combinação de prêmios firmes nos portos nacionais com a boa evolução da safra dos EUA reforça o cenário de preços laterais a ligeiramente pressionados no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio