Mercado de laranja enfrenta queda nos preços do suco e retração nas exportações, aponta relatório do Itaú BBA

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Preços do suco de laranja seguem pressionados com safra robusta no horizonte

O relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, aponta que os preços do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) continuam em queda com o fim da safra 2024/25 e a expectativa de uma próxima colheita volumosa no Brasil.

Em Nova Iorque, os preços do FCOJ caíram 7,7% nos últimos sete dias, apesar de uma leve valorização de 1% nos últimos 30 dias, com fechamento em US¢ 253,55/lb em 17 de junho. Esses valores são semelhantes aos observados em 2023, mas representam um recuo de 41% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o mercado reagia à quebra de safra no Brasil e nos Estados Unidos.

Exportações brasileiras recuam, mas ainda garantem boa receita ao setor

A queda nos preços também afetou os valores de exportação. Em janeiro, o suco era vendido a US$ 4.968 por tonelada, valor que caiu para US$ 4.243/t em maio de 2025 — ainda 36% acima do registrado no mesmo mês de 2024.

Em maio, o Brasil exportou 50 mil toneladas de suco de laranja, sendo 51% destinadas aos Estados Unidos, a um preço médio de US$ 4.019,3/t. Mesmo com a tarifa de 10% imposta pelos EUA sobre o produto brasileiro e de outros parceiros, a demanda americana cresceu 55% frente a maio de 2024 e 2,5% em relação a abril de 2025.

De julho de 2024 a maio de 2025, o Brasil exportou 729,8 mil toneladas — volume 23% menor do que no mesmo intervalo da safra anterior. O preço médio, no entanto, foi de US$ 4.524,4/t, alta de 71% na mesma comparação, garantindo uma receita de US$ 3,3 bilhões para o setor. Os principais destinos foram a União Europeia (49%), Estados Unidos (41%) e Ásia (7%).

Produção da Flórida deve recuar 33% em relação à safra anterior

Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura (USDA) elevou a estimativa da safra de laranjas na Flórida em 3% no último relatório, publicado em 12 de junho. A projeção atual é de 12 milhões de caixas de 40,8 kg — acréscimo de 370 mil caixas em relação à estimativa anterior, sendo 350 mil da variedade valência, usada principalmente para suco. Apesar da correção, a produção ainda deve ser uma das menores dos últimos anos e 33% inferior à safra 2023/24, que colheu 18 milhões de caixas.

Clima pode influenciar produção americana

A temporada de furacões nos EUA teve início em 1º de junho. Até o momento, não há registros de tempestades, mas a lembrança dos efeitos do furacão Milton, que atingiu a Flórida em outubro de 2024 e reduziu a produção em 20%, ainda é recente.

Segundo a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), há 60% de chance de uma temporada de furacões acima do normal, com previsão de 6 a 10 tempestades, das quais 3 a 5 podem ser intensas.

Brasil deve ter estoques mínimos, mas safra futura pode compensar

A estimativa é de que os estoques finais de suco de laranja em poder da indústria brasileira no fim de junho de 2025 estejam entre os menores da história, inferiores inclusive aos registrados em dezembro de 2024. No entanto, a perspectiva de uma safra 2025/26 com bom volume e qualidade pode ajudar na recomposição dos estoques industriais.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio