Mercado do café inicia a terça-feira (24) com quedas expressivas
Os preços do café iniciaram esta terça-feira (24) em forte baixa nas bolsas internacionais, refletindo um movimento de realização de lucros após a valorização registrada na véspera. A queda ocorre principalmente devido à frustração das expectativas de geadas nas principais áreas produtoras do Brasil.
De acordo com o analista e consultor em agronegócio Lúcio Dias, o avanço dos preços na segunda-feira (23) foi motivado por previsões de frio intenso, o que elevou as preocupações com possíveis geadas nas lavouras. No entanto, a chuva e a ausência do frio esperado fizeram com que o mercado devolvesse os ganhos rapidamente. “Ontem saiu a posição dos fundos, que continuaram diminuindo suas posições e venderam mais na última semana”, pontuou Dias.
Preços internacionais recuam nesta terça-feira
Por volta das 9h20 (horário de Brasília), os contratos futuros de café robusta operavam em queda acentuada:
- Julho/25: recuo de US$ 227, cotado a US$ 3.759/tonelada
- Setembro/25: baixa de US$ 200, negociado a US$ 3.704/tonelada
- Novembro/25: queda de US$ 188, a US$ 3.663/tonelada
O café arábica também apresentava perdas consideráveis:
- Julho/25: queda de 985 pontos, a 320,45 centavos de dólar por libra-peso
- Setembro/25: desvalorização de 1.220 pontos, a 314,35 cents/lbp
- Dezembro/25: baixa de 1.105 pontos, a 309,55 cents/lbp
Fundamentos permanecem firmes, apesar da oscilação
Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, os fundamentos que sustentam o mercado seguem inalterados: estoques historicamente baixos tanto em países produtores quanto consumidores, clima irregular e um equilíbrio precário entre oferta e demanda global.
Previsão de frio ainda preocupa, mas com menor risco para lavouras
A previsão do Climatempo indica que, a partir da metade da semana, uma massa de ar polar provocará uma queda brusca de temperatura, especialmente no Sul do país e, em seguida, no Sudeste e Centro-Oeste. Embora o risco de geadas seja menor, áreas isoladas do Paraná, centro-sul de São Paulo e extremo sul de Minas Gerais — especialmente em regiões mais elevadas — ainda podem registrar o fenômeno, de forma fraca e pontual.
Segunda-feira foi de alta forte em Nova York
Na segunda-feira (23), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou o dia com fortes ganhos para o café arábica, impulsionados pelas expectativas de geadas nas áreas produtoras do Brasil. A lembrança das intensas geadas de 2021, que prejudicaram significativamente as safras futuras, voltou a pesar sobre o mercado.
De acordo com a Rural Clima, há chances de geadas nos próximos dias em regiões do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais. O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, porém, destacou que o fenômeno deve ser de fraca intensidade e não tão severo quanto o ocorrido em 2021.
Além das preocupações climáticas, o mercado encontrou suporte em uma recuperação técnica após a queda de 8,9% registrada na semana anterior no contrato setembro.
Desempenho dos contratos na segunda-feira (23)
- Julho/2025: alta de 11,25 centavos, fechando a 330,30 cents/lbp (valorização de 3,5%)
- Setembro/2025: avanço de 11,50 centavos, encerrando a 326,55 cents/lbp (alta de 3,6%)
O mercado do café segue volátil, oscilando entre movimentos técnicos e as incertezas climáticas. Embora o risco de geadas severas tenha diminuído, o clima continua sendo um fator determinante para o comportamento dos preços nas bolsas internacionais. A atenção dos investidores permanece voltada para as previsões meteorológicas nos próximos dias.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio