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Mercado do milho recua no Brasil e no exterior com avanço da colheita e clima favorável nos EUA

Oscilação nos preços internacionais do milho

Após registrar alta em abril, o milho voltou a cair na média mensal de maio na Bolsa de Chicago (CBOT). A boa evolução do plantio nos Estados Unidos favoreceu o cenário. Em maio, a cotação do cereal caiu 5,2%, para US$ 4,5/bushel. Na primeira quinzena de junho, a queda continuou: 2,2%, com preços recuando para US$ 4,4/bushel.

O clima para as lavouras norte-americanas tem se mostrado positivo, com boa umidade, apesar de episódios pontuais de excesso. As atenções agora se voltam para julho, período crítico para o milho, com destaque para a polinização e enchimento de grãos.

Pressão de queda no mercado interno com o início da colheita

No Brasil, os preços domésticos do milho também seguiram em queda com o avanço da colheita da segunda safra. Em Sorriso (MT), a desvalorização em maio foi de quase 25%, com a saca cotada a R$ 51,70. Já na primeira metade de junho, o preço caiu mais 15,3%, alcançando R$ 43,80/saca.

As boas condições climáticas durante o desenvolvimento da segunda safra no país sustentam expectativas de uma produção robusta em 2024/25. A estimativa atual é de 105 milhões de toneladas, volume 15% superior à safra anterior, o que aumenta a pressão sobre as cotações.

Atraso na colheita devido ao clima no Sul do Brasil

Apesar da boa perspectiva de produção, o avanço da colheita tem sido limitado pelo clima frio e chuvoso, especialmente no Paraná. A colheita está atrasada em relação ao ano passado e à média histórica. Ainda assim, o mercado já observa reação nos preços dos fretes, impulsionados pela expectativa de grande volume colhido. A previsão é de que os trabalhos ganhem ritmo nas principais regiões produtoras ao longo de julho.

Custo da próxima safrinha pode subir com alta da ureia

A relação de troca entre milho e fertilizantes, especialmente a ureia, piorou nos últimos meses. O conflito entre Israel e Irã provocou alta nos preços do insumo, que já vinha pressionado pela valorização global. O Irã, um dos maiores produtores de ureia (com 9 milhões de toneladas estimadas em 2024), tem o Brasil como um dos principais destinos, com cerca de 25% do volume.

Com a recente valorização do fertilizante e apenas 25% das compras realizadas até o momento, espera-se que a safrinha 2025/26 tenha um custo ainda mais elevado.

Relatório do USDA ajusta estoques globais

Em junho, o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) reduziu sua estimativa para os estoques globais de milho na safra 2025/26, de 278 para 275 milhões de toneladas. Em comparação com a safra 2024/25 (285 milhões de toneladas), a projeção é de queda de 3%.

Já no balanço americano, tanto a produção (401,8 milhões de toneladas) quanto o consumo (324,8 milhões de toneladas) foram mantidos. Isso sustenta uma expectativa de crescimento nos estoques internos dos EUA de quase 30%.

Clima ainda pode trazer riscos à produtividade nos EUA

Apesar do bom ritmo no plantio, que superou a média dos últimos cinco anos, o clima úmido e as temperaturas abaixo da média no Meio-Oeste podem provocar atrasos na germinação. Em anos anteriores, essa combinação resultou em perdas de produtividade. O excesso de chuvas em algumas áreas também pode levar à revisão negativa da área plantada, a ser divulgada no relatório de área no próximo dia 30.

Mesmo com esses desafios pontuais, salvo uma catástrofe climática, a projeção é de uma safra americana volumosa.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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