Motta diz que medidas de Haddad devem ter ‘reação muito ruim’ e que não serve a projeto político do governo

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Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta quarta-feira (11) que as medidas apresentadas pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), como alternativa ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), devem ter “reação muito ruim” no Congresso.

Motta disse não servir a projeto político de ninguém, e que a responsabilidade que tem no cargo de presidente da Câmara é garantir ao país condição de crescer e prosperar.

“Já comuniquei à equipe econômica que as medidas que estão pré-anunciadas deverão ter reação muito ruim não só dentro do Congresso, mas também no empresariado”, disse, mencionando o fim da isenção de Imposto de Renda de LCA e de LCI.

O presidente da Casa disse que esses títulos são importantes para financiar os setores, num cenário de “juros elevadíssimos”.

“Temos que entender que apresentar ao setor produtivo qualquer solução com aumento de tributos sem o governo apresentar o mínimo dever de casa não será bem aceito pelo setor produtivo e pelo Poder Legislativo”, completou.

A declaração ocorreu no 2º Brasília Summit, organizado pelo Lide e pelo jornal Correio Braziliense.

A MP com as alternativas ao aumento do IOF pode ser publicada no Diário Oficial da União ainda nesta quarta. Governistas defendem que ela seja enviada o mais rápido o possível, ainda que sejam feitas mudanças no Congresso.

Lideranças de partido do centrão estão queixosas com as soluções apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião com parlamentares no último domingo. Eles citam, por exemplo, aumento de tributação de bets e diferentes alíquotas para fintechs e bancos.

Há, em outra frente, queixas sobre o fim da isenção de Imposto de Renda sobre LCAs e LCIs, letras de crédito agrícolas e imobiliárias, respectivamente.

Parlamentares dizem ainda que a medida inicial de Haddad não foi conversada previamente com o Parlamento, e trouxe desgaste junto às bases dos deputados.

Fonte: Folha de S. Paulo