
Israel e Irã protagonizaram novos ataques neste domingo, 15, terceiro dia de conflitos no Oriente Médio. Segundo o Ministério da Saúde do Irã, já há no país 224 mortos e mais de mil feridos. O exército de Israel afirmou ter atingido “mais de 80” alvos em Teerã, capital do Irã. Entre eles, a sede do Ministério da Defesa iraniano.
Já grupos de direitos humanos em Washington, capital do EUA, falam em pelo menos 406 mortos no Irã e 654 feridos, segundo a Associated Press (AP). Segundo o governo iraniano, “mais de 90% das vítimas são civis”. É o terceiro dia de confronto entre os dois países no Oriente Médio.
Em Israel, há 13 mortos e cerca de 380 feridos, segundo as agências internacionais. O principal aeroporto e o espaço aéreo continuam fechados.
O exército pediu neste domingo novamente que a população se proteja em abrigos porque havia identificado mísseis se dirigindo ao país. As sirenes de alerta tocaram no norte, centro e parte do sul de Israel. Jornalistas da AFP avistaram dezenas de mísseis em Jerusalém.
Israel diz que seus alvos são locais relacionados ao suposto trabalho iraniano com armas nucleares, mas o regime do Irã nega. O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse neste domingo que se os ataques israelenses ao Irã pararem, “nossas respostas também cessarão”.
O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou ainda à cadeia Fox News que “destruiu a principal instalação” do complexo nuclear de Natanz, no sul do país, conhecido como o coração do programa nuclear iraniano.
Os israelenses ainda mencionam que a sede do SPND, a organização de inovação e pesquisa defensiva do Irã, que segundo autoridades israelenses e ocidentais seria responsável pelo trabalho relacionado a armas nucleares, também foi atingida.
Neste domingo, o governo do Irã também acusou Israel de ter atacado “deliberadamente” um prédio do ministério das Relações Exteriores em Teerã. O governo iraniano também informou que o chefe da inteligência dos Guardiões da Revolução, o exército armado ideológico da República Islâmica do Irã, Mohammad Kazemi, morreu com outros oficiais em durante bombardeios israelenses.
Em Bat Yam, no sul de Tel-Aviv, vários edifícios residenciais foram destruídos pelos ataques iranianos. “Não há mais nada, não temos casa, acabou”, disse Evgenia Doudka à AFP, cujo apartamento foi destruído. “Ouvimo o alarme e fomos para o abrigo, que se encheu de pó, e percebemos que havia ocorrido um desastre.”
A região se prepara para um conflito possivelmente prolongado após o bombardeio surpresa de Israel em locais nucleares e militares do Irã na sexta-feira, 13, que matou vários generais de alto escalão e cientistas nucleares iranianos. Nenhum dos lados mostrou qualquer sinal de recuo.
O governo iraniano afirmou que Israel atingiu duas refinarias de petróleo, aumentando a perspectiva de um ataque mais amplo à indústria de energia fortemente sancionada do Irã, que poderia afetar os mercados globais.
E os conflitos em Gaza também continuam. Segundo o Ministério da Saúde, 65 palestinos foram mortos nas últimas 24 horas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou apoio total às ações de Israel, enquanto advertiu o Irã de que pode evitar mais destruição concordando com um novo acordo nuclear. Abbas Araghchi, porta-voz do Irã, afirma que os Estados Unidos “são parceiros nestes ataques e devem assumir responsabilidade” sobre os danos causados à região.
/Com informações de AFP e AP