Preços dos ovos continuam em queda no atacado e no varejo

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As cotações dos ovos vêm apresentando queda em diversas regiões do país, alcançando nesta segunda quinzena de junho os menores patamares históricos do mês. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o recuo está diretamente ligado ao enfraquecimento da demanda no atacado e no varejo.

Segundo analistas do Cepea, o comportamento do mercado neste momento é típico: com o orçamento mais apertado da população, o consumo de alimentos tende a cair, afetando diretamente a comercialização de itens perecíveis como os ovos. Para o produtor, a queda de preço exige atenção, especialmente em um cenário de alta nos custos de produção.

Apesar do recuo nas cotações, a produção nacional de ovos segue em expansão. Dados mais recentes do IBGE apontam que o Brasil produziu cerca de 14,36 bilhões de unidades de ovos de galinha apenas no primeiro trimestre de 2025 — um crescimento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A oferta elevada, somada à redução do consumo interno nos últimos dias, pressiona ainda mais os preços pagos ao produtor.

O mercado internacional, por outro lado, ainda não absorveu esse excedente de produção. As exportações brasileiras de ovos somaram 2,3 mil toneladas entre janeiro e maio, volume considerado positivo, mas ainda distante da capacidade produtiva atual. A expectativa do setor é que, com a estabilização das condições de mercado, os embarques externos voltem a crescer no segundo semestre, ajudando a aliviar a pressão sobre os preços domésticos.

Para o produtor, o momento pede cautela e atenção redobrada nos custos e na gestão do estoque. A recomendação de especialistas é evitar excessos de produção nas granjas e buscar canais alternativos de comercialização, como feiras locais e mercados institucionais. O ovo continua sendo uma proteína valorizada pelo consumidor, mas o equilíbrio entre oferta e demanda será essencial nos próximos meses.

Fonte: Pensar Agro