Redução da área plantada em 2025
O Rio Grande do Sul deve registrar uma redução na área plantada com trigo em 2025, segundo projeções já divulgadas. O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS), Paulo Pires, alerta para um recuo expressivo também no uso de tecnologia pelos produtores gaúchos, reflexo do alto endividamento e da falta de perspectivas de renda. “No lugar da resiliência, o produtor está desestimulado”, destaca.
Cenário de endividamento e baixa rentabilidade
Pires explica que, embora haja alguma expectativa em relação ao milho, que teve melhor rentabilidade em 2024 apesar da queda recente nos preços, os demais grãos seguem com valores baixos. A pecuária aparece como uma alternativa com potencial de gerar alguma renda, mas o grande desafio para o produtor gaúcho continua sendo a renda comprometida pelo endividamento, agravado pelas frustrações das safras e pelos custos elevados da lavoura. Esse cenário leva à diminuição da área cultivada e à redução no uso de insumos tecnológicos.
Insuficiência das políticas públicas e programas federais
O dirigente critica a insuficiência dos programas do governo federal para apoiar os produtores. “Não temos um seguro compatível com as necessidades da lavoura. Está se confundindo securitização com perdão, e isso não resolve. O produtor gaúcho precisa de condições para arcar com os custos provocados pelas adversidades climáticas, que deveriam ser enfrentadas por políticas públicas efetivas”, afirma.
Impactos para cooperativas e produtores
Paulo Pires observa que essa redução no uso da tecnologia é uma reação de defesa legítima dos produtores, independentemente do porte. “As cooperativas fizeram um esforço enorme para, pelo menos, manter a área de trigo, mas, infelizmente, a matemática não está a nosso favor neste momento”, conclui, reforçando a complexidade do momento enfrentado pelo setor.
O cenário para o trigo no Rio Grande do Sul em 2025 é de retração na área plantada e menor investimento tecnológico. A combinação de alto endividamento, baixos preços de grãos e ausência de políticas públicas robustas para lidar com as questões climáticas desmotiva os produtores. A situação preocupa lideranças como a FecoAgro/RS, que reconhece os esforços das cooperativas, mas destaca que as condições econômicas atuais dificultam a continuidade dos investimentos no setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio