Safra 2025/26 promete reequilibrar mercado de suco de laranja com aumento de produção no Brasil

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O mercado global de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) vive um momento de expectativa de recuperação. Segundo o relatório Agroinfo Q2 2025, do Rabobank, a nova safra brasileira 2025/26 deve atingir 314,6 milhões de caixas — um aumento de 36% em relação ao ciclo anterior. A estimativa foi divulgada pelo Fundecitrus em maio e superou as projeções do mercado, que aguardava algo abaixo de 310 milhões de caixas.

Esse crescimento na produção, concentrado principalmente no cinturão citrícola de São Paulo, ocorre em meio a um cenário climático mais favorável. As chuvas registradas no final de maio e início de junho, combinadas com temperaturas amenas, vêm impulsionando o bom desenvolvimento e a maturação dos frutos. Além disso, o risco de seca e calor durante o inverno tem se mostrado menor do que o inicialmente previsto.

Outro ponto positivo destacado pelo Rabobank é o controle mais eficiente da doença greening. Embora a incidência ainda deva crescer em 2025, espera-se uma desaceleração em sua propagação, graças ao avanço no manejo dos pomares e à adoção de boas práticas pelos produtores.

Oferta e preços em movimento

Com a recuperação da produção brasileira, estima-se que a oferta global de FCOJ retorne ao patamar de 1,4 milhão de toneladas na safra 2025/26, após ter caído para 1,1 milhão na temporada anterior. Esse aumento é atribuído, sobretudo, ao desempenho brasileiro, já que outros grandes produtores como Flórida, México e países da América Central não devem apresentar grandes variações.

Os preços, que chegaram a alcançar US$ 5 por libra-peso em janeiro, vêm registrando forte volatilidade nos últimos meses. Os contratos futuros em Nova York, segundo o Rabobank, oscilaram entre US$ 2,30 e US$ 2,80/lp recentemente, refletindo as perspectivas de aumento na oferta. No Brasil, o preço da laranja caiu para R$ 45 por caixa em meados de junho — o menor patamar dos últimos dois anos, conforme dados do Cepea.

Demanda ainda em ritmo moderado

Apesar do alívio na oferta, o crescimento da demanda deve ser mais tímido. Após dois anos consecutivos de retração — 11% em 2023/24 e 15% em 2024/25 —, projeta-se uma leve alta de 5% no consumo de suco de laranja industrializado em 2025/26. Essa expectativa se apoia na combinação entre preços mais baixos, maior volume disponível e melhor qualidade do suco concentrado (FCOJ) e do suco não concentrado (NFC).

Contudo, a manutenção das tarifas adicionais de 10% sobre o suco brasileiro no mercado dos Estados Unidos continua sendo um entrave para uma recuperação mais robusta da demanda norte-americana, principalmente no segmento de NFC.

Perspectiva de reequilíbrio no mercado

Em um mercado global mais enxuto do que em anos anteriores, a projeção de colheita brasileira é suficiente para provocar um reequilíbrio mais rápido entre oferta e demanda, mesmo que o consumo avance em ritmo lento. A retomada da produção no principal polo citrícola do mundo é vista como essencial para a normalização dos estoques globais e, consequentemente, para a estabilidade dos preços no médio prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio