terça-feira, 24 junho 2025
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Saúde divulga números atualizados de arboviroses; são mais de 1,2 mil casos de chikungunya

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Texto: Claudia Lazarotto Fotos: Arte Keniel Dias
Em apenas 14 dias, 215 pessoas testaram positivo para chikungunya

“Já são dois meses com dores diárias, muito inchaço, dor nas articulações, sem conseguir usar calçado que não seja um chinelo”. O depoimento é da servidora pública Lucilene Pinheiro Kuleza, diagnosticada há dois meses com chikungunya. Lucilene apresentou todos os sintomas com muita dor de cabeça, nas articulações, nos olhos, já foram vários dias sem conseguir desempenhar as funções direito. “É uma doença que debilita de uma forma devastadora”, pontua.

Assim como Lucilene, outros 1.287 sorrisenses também testaram positivo para a doença, totalizando 1.288 registros desde janeiro até o momento. Os dados atualizados foram divulgados nesta manhã, 24 de junho, pela Secretaria de Saúde, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs). Somente para chikungunya, foram 59 confirmações em janeiro, 88 em fevereiro; 230 em março; 658 em abril; 247 em maio e 6 em junho, somando 1.288 registros. São 215 casos a mais em apenas 14 dias, quando em 14 de junho haviam sido contabilizadas 1.073 situações.

Em janeiro foram 65 confirmações de dengue, uma com sinais de alarme; em fevereiro foram registrados 11 casos; em março foram 13 registros; em abril 19 e em maio 13, totalizando 121 casos até o momento. Já para zika foram investigadas e descartadas 21 situações. Os números constam no Sistema Sinan On-line.

Hoje os bairros com maior número de registros de chikungunya estão o São José I com 87 casos; Nova Aliança I com 84 registros; Novos Campos com 65 situações positivas. Antigo distrito de Boa Esperança e atual município vizinho de Boa Esperança contabilizou 166 registros – vale lembrar que no Ministério da Saúde, Boa Esperança ainda consta veiculado à Sorriso. Já em relação à dengue são oito casos no Centro e sete no Rota do Sol.

Fase aguda e crônica

“O número de casos de chikungunya é alto e precisamos lembrar que além da fase aguda a enfermidade apresenta uma fase crônica em que paciente continua sentindo muita dor”, frisa o médico e secretário de Saúde, Vanio Jordani. Justamente a fase crônica em que Lucilene e outros pacientes seguem enfrentando. “Há pessoas que continuam sentindo dores por mais de seis meses”, destaca o profissional.

E a melhor forma de eliminar e evitar a doença é evitar que o mosquito nasça. “Como todo mundo já sabe a água parada – suja ou limpa; é o local ideal para disseminação de criadouros do Aedes aegypti, o tal mosquito transmissor da dengue, zika vírus e Chikungunya”, pontua o gestor. Para evitar situações assim, as equipes da Vigilância em Saúde Ambiental estão diariamente na rua realizando trabalho de instrução e alerta.

“Infelizmente alguns proprietários de comércios considerados pontos estratégicos que não nos recebem justamente porque sabem que há condicionamento de materiais de forma inadequada e que situações assim são propicias à proliferação do mosquito”, explica a coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental, Claudete Damasceno que comanda uma verdadeira operação de guerra contra o mosquito.

Claudete relata que também há residências que também não abrem as portas para a visita do agente de combate à endêmicas (ACE). “Nossa missão é cuidar, alertar, conscientizar, não queremos aplicar notificações ou multas, mas precisamos que a população nos receba para que possamos realizar o trabalho de acompanhamento”, frisa.

Em cada visita, seja em comércios, PEs ou residências que houver criadouros as larvas são coletadas e testadas para o Aedes e o criadouro eliminado. Quando a suspeita se confirma os responsáveis são comunicados para que possam monitorar o surgimento de casos de dengue e realizar o pente fino eliminando outros possíveis criadouros que tenham passado despercebidos.

Hoje os principais problemas identificados pela equipe da Vigilância Sanitária são a água servida, aquela oriunda de esgoto doméstico ou empresarial e a sujeira nas bocas de lobo, situações propícias para a proliferação do mosquito.

“Quem tiver denúncias pode nos comunicar pelo aplicativo da Vigilância Sanitária via Unidade Sentinela que atende pelo número (66) 99600-1462”, destaca Claudete.

Procura nas unidades de saúde

Caso suspeite ter contraído ou apresente sintomas de qualquer uma das arboviroses, a recomendação é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). É lá que a população recebe o atendimento clínico e a orientação correta sobre como agir.

Cuidando de casa

A orientação é que toda a semana a população tire dez minutos semanais para dar aquela conferida no espaço onde vive ou trabalha. A recomendação é evitar acúmulo de lixo, que além do Aedes aegypti também pode esconder animais peçonhentos como cobras, ratos, aranhas, escorpiões, dentre outros.

Denúncias

Vale reforçar que quem identificar situações com criadouros ou com suspeita, água servida descartada na rua, descarte de lixo em locais inapropriados, a recomendação é procurar a equipe técnica. Denúncias também podem ser realizadas pelo aplicativo da Vigilância Sanitária via Unidade Sentinela que atende pelo número (66) 99600-1462.

Coleta de resíduos sólidos

E para dar aquela mãozinha na limpeza do quintal, a Prefeitura oferta o serviço de coleta de resíduos sólidos – confira aqui o calendário de 2025; em que são recolhidos móveis e eletrodomésticos velhos e inservíveis; assim como restos da limpeza de jardins que incluem folhas e restos vegetais que podem servir como criadouro de insetos e animais peçonhentos, como a grama quando é cortada.

Fonte: Prefeitura de Sorriso – MT